Nesses tempos que é de guerra e paz, dormentes e impávidos lá vão eles, os donos do poder de tudo, ou nada. Umas, vestais de credos desconhecidos; outras, senhoras dos ares e dos mares. Que vale dizer tangem os rebanhos das consciências nas trilhas das lendas. Claro que existem os menos inúteis, no entanto que carregam consigo do pouco que juntaram das tralhas dos vagões. Olhos acesos nas sombras do que deveriam carregar, esquecem o peso e transportam multidão de ilusões em forma do vazio que significam viver. Sóis e luas, arrastam cruzes e matulões de vaidades soltas, cacarecos da ansiedade, das dores atrozes do desespero, de amanhã, de horas desejadas de ambições perdidas. Eles, muitos, bichos de lata e cavaleiros da solidão.
Isso bem dos tempos quando as amarras dos navios começavam a
virar fiapos de lã num mar de vícios. E as luzes do alvorecer pedem mais sinceridade
às criaturas, estas peças de reposição do destino cheias de certezas
artificiais e cicatrizes de combates que nunca aconteceram dentro de si. Apenas
saltimbancos doutros filmes jogados à lama dos séculos, à lata de lixo da
história. Neles, que as esperanças viraram feras sem dentes e lâminas de papel
toalha. Quase isso, de alimentar o firmamento de seres destinados a outros
planetas vindos bem de longe, certo dia, à cata dos seus habitantes.
Fôssemos recorrer aos sonhos da ficção, diríamos só que já atravessamos
o lodaçal dos resultados aqui plantados no decorrer das civilizações, conquanto
aguardamos nova fase de alegria e uma coletividade fraterna, fruto do que até agora
aprendemos a ferro e fogo. Nada, porém, foi para sempre, se assim o será nalgum
momento perante as ilusões de um chão de tanta fantasia. Há que haver, por isto,
solo fértil de verdades absolutas, oportunidades da visão plena e dos valores
eternos, que persistem acesos em nossos corações.
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