Quando as palavras querem virar texto, elas ficam batendo nos pés da gente assim tais ondas nas praias, insistindo nascer lá de dentro feito fetos na hora do parto. A propósito, dia desses tive um sonho de quando morava com meus pais na Rua Padre Ibiapina, em Crato, antiga residência construída por Pergentino Silva, no Bairro Pinto Madeira, duas ruas depois da Estação Ferroviária. Lá vivemos em torno de 12 anos, meus pais e seus cinco filhos. Nos sonhos, em velocidade cinematográfica, passaram dezenas de momentos guardados na memória e que nem sabia mais que existiriam. Feitos um caleidoscópio, retornaram intensamente, sucessivamente. Isso através de vários meios de cenas. Sempre, no entanto, carregados das mesmas emoções antes vividas. Lembranças das muitas ocasiões preenchidas de afetos, dramas, aprendizados, que permanecem em mim quais pedaços da individualidade. Encontros e desencontros, notas de rodapé dos dias, trechos de livros lidos, imprudências cometidas, marcas deixadas dos relacionamentos íntimos, circunstâncias, apreensões. Houvesse instrumento de gravar sonhos, dali dar-se-ia produção digna de festivais, trechos diversos ricos de voltagem, cargas fortes de circuitos psicológicos, dores e prazeres vários. Nem precisei ir buscar; vinham à tona feitas ocasiões guardadas nalgum qualquer lugar deste Universo, tais arquivos que não se acabam mais. Resquícios perenes das histórias pessoais, que agora sei que todos os temos naquela biblioteca das vidas para sempre, quando, pois, quisermos visitar nossos passados e reviver os lances dos tempos registrados a ferro e fogo, serão motivos, talvez, de novas interpretações e reaproveitamentos. Transitei nessa incursão em transe de formas e cores, movimentos e sentimentos, bem aos moldes dos que descobrem tesouros de si mesmos, naquilo dos teosofistas chamam de registros acásicos, que jamais desaparecem. Testemunhos, portanto, dessas existências definitivas acondicionadas em dimensão além do tempo aqui conhecido, em gleba das existências de que somos partes integrantes, quem transcorrer pelas cavernas de todos os entes da Natureza infinita de que somos peças e consciências, saberá, decerto, do que estou dizendo.
quarta-feira, 21 de abril de 2021
O instinto das palavras
Quando as palavras querem virar texto, elas ficam batendo nos pés da gente assim tais ondas nas praias, insistindo nascer lá de dentro feito fetos na hora do parto. A propósito, dia desses tive um sonho de quando morava com meus pais na Rua Padre Ibiapina, em Crato, antiga residência construída por Pergentino Silva, no Bairro Pinto Madeira, duas ruas depois da Estação Ferroviária. Lá vivemos em torno de 12 anos, meus pais e seus cinco filhos. Nos sonhos, em velocidade cinematográfica, passaram dezenas de momentos guardados na memória e que nem sabia mais que existiriam. Feitos um caleidoscópio, retornaram intensamente, sucessivamente. Isso através de vários meios de cenas. Sempre, no entanto, carregados das mesmas emoções antes vividas. Lembranças das muitas ocasiões preenchidas de afetos, dramas, aprendizados, que permanecem em mim quais pedaços da individualidade. Encontros e desencontros, notas de rodapé dos dias, trechos de livros lidos, imprudências cometidas, marcas deixadas dos relacionamentos íntimos, circunstâncias, apreensões. Houvesse instrumento de gravar sonhos, dali dar-se-ia produção digna de festivais, trechos diversos ricos de voltagem, cargas fortes de circuitos psicológicos, dores e prazeres vários. Nem precisei ir buscar; vinham à tona feitas ocasiões guardadas nalgum qualquer lugar deste Universo, tais arquivos que não se acabam mais. Resquícios perenes das histórias pessoais, que agora sei que todos os temos naquela biblioteca das vidas para sempre, quando, pois, quisermos visitar nossos passados e reviver os lances dos tempos registrados a ferro e fogo, serão motivos, talvez, de novas interpretações e reaproveitamentos. Transitei nessa incursão em transe de formas e cores, movimentos e sentimentos, bem aos moldes dos que descobrem tesouros de si mesmos, naquilo dos teosofistas chamam de registros acásicos, que jamais desaparecem. Testemunhos, portanto, dessas existências definitivas acondicionadas em dimensão além do tempo aqui conhecido, em gleba das existências de que somos partes integrantes, quem transcorrer pelas cavernas de todos os entes da Natureza infinita de que somos peças e consciências, saberá, decerto, do que estou dizendo.
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E as palavras vêm, elas sempre vêm.
ResponderExcluirEsses registros que nos faz às vezes sonhar, vejo como uma busca do nosso eu querendo brincar de novo aquele instante. Ver quem por um tempo não víamos, uma rua que gostávamos de andar e até mesmo receber mensagens de nós para nós mesmos. ✨🌫️💤🤸
O feriado te inspirou de um modo tão real que, consegui, pela leitura do teu texto, voar até a rua Pedro II e também reviver momentos de minha adolescência, tão ricos de emoções, que acreditei serem atuais. Obrigada, amigo!
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