Incrível a força que as coisas parecem ter quando têm de acontecer. Nietzsche
São essas as ilustrações do livro da natureza, no fluir dos fenômenos. Tantas e quantas vezes, devido a um mínimo, ocorrem aparentes acasos, jamais imaginados que houvessem sido exequíveis, porém dotados de plena coerência (Deus não joga dados, nas palavras de Einstein). Quando, então, algo vem à tona, efeito de mil de milhões de fragmentos, traz em si o processo espontâneo dos acontecimentos.
Isso de considerar coincidência fica por conta das poucas (ou nenhuma) justificativas aparentes, quais numa orquestra monumental regida pelos magos da história. Aonde ir, pois, ali impera a força viva de leis inderrogáveis, o que significa a pedra de toque dos céus às mãos de uma Inteligência Suprema.
Espécie de universo integrado, objetos e gente circulam este planisfério da ordem dessa harmonia. Assim, em meio ao painel infinito que gira pelas horas, sem cessar um só momento, desliza faceira a humana consciência, na busca de si própria, em nuvens planetárias vagando entre a sombra e a luz da existência; sustentam no território da matéria estes aventureiros da razão, ora vestidos de palavras, ora de emoções. Desejos em ação, paixões por vezes alucinadas de revelar perfeições a qualquer custo, no entanto sujeitos bater de frente nos sonhos de felicidade, e padecer as dores dos partos alucinados, vidas adentro.
Outrossim submetidos às ordens do mistério, rendem graças aos diversos deuses que lhes traz a vontade aparentemente soberana, porém autora, nalguns instantes, de cruéis enganos das tais criaturas humanas. Serem meros sujeitos das consequências, dão de cara nas cavernas do desconhecido, e padecem de não saber ainda qual rumo irá seguir nesse roteiro dos instrumentos. Bem isto, aprendizes das cicatrizes que adquirem, tatuam na carne os meios de guardar consigo o senso da Razão maior, lá um dia.
Poético e místico o momento que falas "[...]dão de cara nas cavernas do desconhecido..." Como se pelo Racionalismo, ao invés de sair de uma caverna para ver o real, desse de cara com uma. Os enganos que o homem está sujeito quando distante da essência, levado por uma racionalidade de um logos que visam os fins e se desencanta, quem sabe.
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