domingo, 4 de abril de 2021

O poder infinito da oração


Pouco antes de sua morte, o Rabi Haim disse a um visitante: - Contasse eu nove amigos fiéis, com cujos corações o meu batesse em uníssono, cada um de nós meteria um pão na sacola e sairíamos juntos para o campo, e juntos andaríamos juntos pelo campo, e oraríamos e oraríamos até que a oração fosse ouvida e viesse a redenção.
Martin Buber (Histórias do Rabi)

 Há alguns que oram dentro de tamanha convicção que as portas do Infinito se abrem e deixam passar a contrição. O fervor dos corações em plena coincidência daquilo a que oram e propicia o reviver as certezas e transformar o instante no que de melhor pedem os fiéis na força da convicção do Absoluto.

A oração qual fonte que vem dos que reconhecem a presença de Deus nos indícios do poder sem limites da Verdade. Abrem de si a leveza da emoção superior e deixam nascer a possiblidade de partilhar a força do mistério tenebroso na imensidão da vontade pura. Orar, que possibilita os meios reais de encontrar a própria essência do ser.

Daí o valor inestimável da prece com toda a intensidade da alma. Buscar uma forma de encontrar a resposta adequada aos nossos pensamentos de conforto. Fazer valer a fé em ação nos refolhos da consciência e chegar mais além das limitações do pensamento. Viver de dentro a experiência de falar com Deus. Circunscrever a vivência de guardar na certeza a glória infinita do Amor. Viver, afinal, o que de melhor possa, no sentido de responder ao vazio que, por vezes, quer tomar de conta dos dias escuros e trilhar as respostas que correspondam à conformação, e tranquilizar crises, situações inesperadas.

Uma forma de responder ao senso das fragilidades humanas. Sonhar com o impossível em termos de convicção e fervor.

(Ilustração: Angelus, de Jean-François Millet).

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