Quando encontra, quem não sabe o que é, nem sabe que encontrou o quê. De tal modo são os valores espirituais. Entes de outro universo, eis que haveremos de procurar até encontrar a razão de estarmos aqui. Lembro a cena do filme 2001, Uma odisseia no espaço, de Stanley Kubrick, no momento em que os macacos avistam um monólito (lápide polida) e ficam abismados, pois desconhecem completamente aquela pedra diferente das outras. Naquele instante, a película funde a cena de um osso atirado ao espaço pelos macacos, com uma nave sideral, isto logo no início da história. A dedução faz compreender a revolução que dali se verificaria, milênios à frente, nas ciências, o homem largando seus tempos de viver antigos aos níveis tecnológicos desta atualidade que agora conhecemos.
A revolução da Fé tem seu correspondente na história das
criaturas humanas. O avanço milenar do ser materialista ferrenho em outro, de
origens transcendentais, contudo vindo de dentro do próprio ser, a dominar os dois
hemisférios e a natureza que transporta nas existências. Um mistério, porém, fruto
da consciência em movimento; revela a potencialidade que transportava sem mesmo
ora conhecer. De tanto tatear pelos corredores da dúvida e da dor, desperta no
enigma do Ser e impõe possibilidades novas em tudo por tudo. Nesse esforço de
dominar a fera dos desassossegos, certa feita desvenda o senso da virtude e
acorda à realidade.
Isto requer vidas de largas experiências, a chegar ao
desapego no que estivera escravo nos milênios de incontáveis dúvidas. No empenho
dessa busca incessante que lhe caracteriza, toda criatura sonda a essência de
si, transportando fardos de apegos, detido ao imediatismo em decomposição. No
entanto, a exigência desse encontro de solidão incomparável será propício pela harmonia
da inteligência com o sentimento, algo nítido de genialidade e amor pleno. Quais
desbravadores da floresta do eu, tateiam passo a passo nos mistérios onde vivem,
predestinados que estão às luzes da Verdade nas malhas do Universo.
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