Isto é, os incas não possuía uma linguagem escrita. O máximo que trabalharam nesse a propósito de função de significados são nós em cordas no sentido de manter memórias. Nenhuma inscrição rupestre, nada de alfabetos a serem fixados nas lápides dos templos, além das construções em blocos graníticos, formas geométricas de exatidão impressionante, junções milimétricas e símbolos vinculados aos elementos no Cosmos. Sol. Lua. Estrelas. Estações do ano. Avanços nas pesquisas de cunho agrícola. Na pecuária. Na religião cósmica. Nas cores e nos traços dos tecidos de inegável perfeição.
Toda a tradição vem simplificada e visível nas construções, nos terraços, nas cidades e sítios arqueológicos. Algo assim qual permanecendo intactos, persistentes diante das edificações, nas trilhas, nos entalhes, nas vinculações das ruínas com as montanhas, as matas, os caminhos, na alma da população; nos traços fisionômicos, nas tradições e nos costumes, nos instrumentos e nas músicas.
Antes da chegada dos espanhóis e da introdução do alfabeto latino, a língua Quéchua não tinha forma escrita. As informações numéricas eram registradas pelos incas por meio de quipos (cordões coloridos de lã com diversos nós). Os registros escritos mais antigos do quíchua são do frei Domingo de Santo Tomás, chegado ao Peru em 1538, que aprendeu o idioma desde 1540, publicando sua Grammatica o arte de la lengua general de los indios de los reynos del Perú em 1560. Wikipédia
Um povo de tanto desenvolvimento nas artes do tecido, na música, na agricultura, artesanato, na organização social e política, e nunca haver pensado em fixar em tabuinhas, papiros, pedras, madeira, argila, couro, alfabetos ou imagens de sinais, no mínimo surpreende essa contemporaneidade que tanto insiste fixar nos suportes físicos seu pensamento e suas conquistas tecnológicas. Caberia bem aqui lembrar a afirmação no mínimo correta de Steve Jobs de que esta nossa época será a que menos registros deixará na História, face à fragilidade com que tudo grava em meios magnéticos de fácil desaparecimento no decorrer das transições cronológicas.
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