terça-feira, 26 de dezembro de 2017

E quando menos se espera

Já há alguns dias não escrevo. Veio esse período de final de ano, época feliz de Natal e proximidades do Ano Novo, tempo de reflexões. Um tanto de gente pega seus carros e saiu vagando mundo afora. Reúnem as famílias nas salas de janta e, juntos, cantam cantigas de alegria face aos momentos que surpreendem pelos sentimentos que parecem dominar a realidade. Os humanos são assim diante das emoções, cheios de amabilidades e surpresas Certa vez vi um filme da Segunda Guerra que mostrava cena de noite natalina face à luta entre soldados alemães e russos e, ao instante em que comemoravam o nascimento de Jesus, suspendiam o fogo e se confraternizavam quais irmãos que sejam. 

Época assim, de saudades fortes, ausências de não ter tamanho dos entes queridos que o passado carregara. Horas que sumiram nas dobras dos caminhos, de lembranças intensas. Circulam nos ares esses fiapos de presenças que regressam, rodopiam e desaparecem, deixando no peito apertos de distâncias e nunca mais. Entre esses cascalhos de abandono das idades alguns insistem permanecer grudados no manto das sombras, quais fantasmas de histórias antigas. Sopram aos ouvidos o hálito perfumado de amores longe.

Mesmo jeito que chegam, as flores deixam seu perfume entranhado na gente e chafurdam as águas desse todo universal que somos nós, insistências de viver. Trabalham a matéria prima do desejo de continuar vagando nessas ruas solitárias, cheias de cenas e visagens que regressam aos bastidores do teatro à busca de novas ocasiões de machucar a sensibilidade que ainda não dorme outros 365 de todo ano. Espécie de abismo intransponível abrirá, pois, o chão e depositará os desejos de solidariedade que mexem no coração das pessoas. De vez em quando, no entanto, ferverá em si a vontade poderosa de seguir o Mestre Divino e conhecer da esperança que renova esse espírito natalino das criaturas humanas. 

6 comentários:

  1. É verdade. Festas natalinas, ano novo chegando... mas é tudo tão vazios...nós humanos nos escondemos atrás do consumo desvairado, das mesas fartas, das trocas de presentes...mas tudo não passa de uma fulga. Como diz meu filho, estas datas não passam de interesse comercial, de aumentar as vendas e o consumo. Já vá longe o tempo em que me dei conta da artificialidade que estas datas nos revelam. A presença de Deus é tão pouco lembrada...infelizmente somos forçados a cumprir estes padrões que nos são impostos pelos famintos, amigos, cultuados e nos induzem a seguir pelos mesmos padrões, o que é muito triste. E assim caminha a humanidade."

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  2. Continue escrevendo... vc faz muito bem as pessoas com os seus textos publicados. Senti muita falta dos seus escritos.

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  3. Você é uma bênção na vida de muitas gente, então não deixe de escrever...tem alguns textos que não concordo ou não assimilo a essência, então evito de emitir parecer... mas sua cultura é um benefício para quem os lê, as vezes as pessoas gostam do texto e não comentam , mas gostam.

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  4. Ano novo chegando... nada muda, tudo segue exatamente como um dia qualquer. As pessoas costumam criar tantas expectativas no ano novo que chega , mas nada muda, tudo igual... as pessoas parecem anestesiados...o país em total desequilíbrio político e o povo alheio a tudo que acontece nos bastidores da política. É como se fosse uma fuga da realidade. Mas vida a vida segue independente de qualquer outra circunstâncias.

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  5. Meu amigo, você me trouxe o Natal de uma forma muito mais doce e confortadora.Voce nem imagina o bem que me faz os seus escritos.....

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