Bem no íntimo do horizonte, de onde o Infinito se encontra com o Impossível, breve nascerá a canto radioso demais esplendoroso da Lua, que traz o círculo perfeito na continuidade das lembranças de Deus em tudo quanto há. Envolverá de si, no seu manto de maravilha, os fenômenos eternos das existências, nas águas do firmamento. Mãe das criaturas, as acaricia no perfume doce dos braços e as estreita de amores imemoráveis, carinho e sonhos.
A melodia do Universo abre, pois, de acordes, a sinfonia do instante e deixa pleno o perfume das flores, o deslizar da brisa e o fulgor do sentimento das horas. Tons perfeitos que perpassam o mistério afagam levemente o centro das emoções e o peito revela o fascínio do equilíbrio no deslizar dos movimentos. Olhos acesos reverenciam de fervor as atitudes, na celebração do nascimento da rainha das noites entre as palmeiras e festa.
Alguns seres retardatários voltam apressados aos apriscos, porém fixos nas transformações do tempo, e clamam à deusa compaixão pelos seres vivos que ainda dormem lá longe dessa grandeza e claridade, cabisbaixos na inconsciência, no clamor da esperança dos que desejam renovar esperanças e fé. Primeiros raios de luar prateiam as encostas e sons da Terra abraçam apaixonados a solidão iluminada.
(Ilustração: Paul Gauguin).
Que lindo texto! Como vc retratou com precisão a lua com seus raios brilhantes rasgando as matas e florestas a tudo iluminando e clareando as noites escuras de dezembro, onde apenas os vaga-lumes iluminavam a mata. A lua, o luar é uma das maravilhas da natureza que mais me encantam. A lua nos convida a pensar e admirar o luar, momentos em que sonhamos e divagamos nas emoções da alma e do coração.
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