Transcender, elevar a visão, sobreviver, nisso a ressurreição do processo onde caminhar. Agir rumo da transformação do ser falível num ente livre e desperto. Trocar de pernas, permanecer aqui neste chão ou descobrir a que se vem pelas reencarnações. Caminhar no sentido da liberdade.
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Que morrer ninguém quer, novidade nenhuma. Apesar de apreciar o sensacionalismo do sofrimento alheio e dos fins trágicos dos outros, defeito que alimenta as aves de rapinas, no entanto lá por dentro mora solta a vontade no continuar.
Justa das alternativas que oferece continuidade, amar significa sempre a perpetuação da individualidade, no mistério de existir. Correr aonde mais de nada importa que represente realidade além da forma de perder sem outra chance, ainda aqui nesta hora.
Conquanto cheios de furor e festa, os humanos deitam na lama do extermínio de si as ganas de eliminar a monotonia aparenta deste mundo artificial. Pura perda de imaginação e jogar fora todas as maravilhas da genial Criação, lançam nos lixões da aparente facilidade o final feliz da imortalidade.
Amar, amor, vida eterna de que falam os místicos, assusta os pretensos materialistas do plantão em queda livre. Enterram a cabeça na areia do prazer embriagador que mata na maior sem cerimônia. Enganam, se enganam e gostam de perder a melhor parte, o todo.
(Iustração: Hieronymus Bosch).
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