Quando no fechamento de suas palavras voltadas aos aspectos vários da prisão no Direito Penal brasileiro, teceu considerações sobre achado incomum verificado em Roma, entre fins do século XVIII e começos do século XIX. No decorrer de escavações arqueológicas realizadas na Via Apia, trabalhadores localizaram uma urna mortuária, resquício da antiga civilização romana. Logo em cima da peça rara evidenciava-se a inscrição: Júlia, filha de Cláudio.
Adotados os métodos próprios, foi aberta a urna e revelado o seu interior. Continha os restos mortais de bela jovem de aproximados 15 anos, com longos cabelos louros derreados sobre alvo e despido dorso, quedando-se todo o corpo no mais perfeito estado de conservação, livre das marcas destruidoras do tempo na matéria, o que sói acontecer, mas inocorrera.
A insólita descoberta causou espanto no seio dos que executavam o trabalho, motivando a rápida divulgação da notícia aos demais habitantes da comunidade, que afluíram em multidão para ver o estado inalterado daquela fisionomia, tantos séculos depois de retornar à natureza.
O caso não demorou a chegar aos ouvidos das autoridades eclesiásticas, que, apreensivas com os rumos do episódio, nele anteviram evidências prováveis de manifestações pagãs voltadas a esse mistério, e, sob pretexto de melhor examinarem a relíquia, depositaram-na em sítio secreto, fora da visitação pública, jamais informado até os dias de hoje.
Nas expressões persuasivas do Prof. Tourinho Filho, homem íntegro, por isso merecedor da credibilidade de quem priva do seu convívio, a visão maravilhosa daquele corpo eternizar-se-ia na alma de quantos ainda puderam contemplar a incolumidade da sua beleza.
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