quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A velha Felicidade

Tão antiga quanto o infinito sobrevive às espécies, a felicidade resiste no íntimo das pessoas, vivam onde viverem. Eis um teorema nada difícil de demonstrar, conquanto os indivíduos sabem discorrer no assunto, independente de estudos ou preparação, basta, apenas, olhar o mundo em volta e dentro de si. Todos correm atrás das oportunidades que permitam atender às necessidades do bem-estar, busca iniciada ao instante do primeiro habitante pisar o Chão.

Quisesse explicar as razões de continuar pela vida, ninguém, decerto, saberia definir os motivos que trocam os passos na jornada, porém jamais abriria de querer continuar à procura do sonho, parecido com o instinto de resistir a toda prova e chegar nalgum lugar de paz, saúde, harmonia, junto de quem gosta, ama e das coisas boas que nunca abusam.

Mas o que chamar de felicidade, sem repetir formas gastas? Sob quais mantos de estrelas perdura o sentimento bom da alegria? Quais companhias durarão sempre, diante das contradições do desgaste dos anos? Que idade cheia de bons resultados, fora do espaço estreito da matéria, das cólicas e das coceiras do corpo? Quando acertar, esquecido de erros e defeitos, confiante na resposta dos enigmas vulgares?

Precisa muita filosofia, não querer achar o arranjo de concordar naquilo em que falam os mais sabidos de que feliz é quem assim se julga. Pois meio caminho andou quem deu só o primeiro passo no rumo à satisfação pessoal. Há esforços constantes dos racionalistas quererem negar a existência de um Ser Superior, tal possível fosse entrar nas criaturas e provar que elas não existem, como se a existência dependesse da opinião de quem mora do lado de fora.

Se a felicidade possuísse vinculação direta com as coisas materiais todo rico seria feliz. A riqueza apenas contribui para a felicidade, fator que organiza ou desorganiza o meio do campo, livre de determinar com exclusividade os resultados. 

Nesse detalhe, fregueses quebram a cara quase todo dia. Chegam a negociar o inegociável. Vendem o que não podem entregar, do tipo da honra, da dignidade, do futuro. Depois afundam, buraco abaixo, perdidos no imaginar o assunto espiritual parecido com as mercadorias dos balcões.

A felicidade significa outros meios de conquista. Renunciar a prazeres que destroem, esquecer caprichos e vaidades, abrir mão de valores que ficam inúteis na estrada, longe de contribuir no crescimento interior e passam com as horas. Essas atitudes, sim, representam o solo fértil de plantar a verdade eterna. Criar amigos, educar filhos, respeitar a família, alimentar a paz do coração, uma consciência tranquila, eis as realizações da velha e sempre jovem dona Felicidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário