Quadro dantesco que repete funções e farras, e entontece de arrependimento os contingentes dos que passam e somem pelas curvas do passado. Pois ninguém ficará aqui em definitivo por mais que deseje. Perante a eternidade das leis o tribunal das consciências nunca dormirá. Quais idiotas de plantão, apenas repetem o calendário dos equívocos.
No entanto há um rio de lavas bem no coração da gente. Lavas incandescentes, metais de lama quente a escorrer pelas encostas dos becos e dos remorsos. O coração que já tem seu dono para sempre, e poucos ainda nem notaram. O Poder superior, que face todos os demais poderes reservou a Si o centro das maravilhas aonde, um dia, encenaremos a decisão da história vivida.
Bem no âmago da essência de tudo persiste incólume a certeza da Salvação dos seres em movimento. Teto da espiritualidade, foco das individualidades, apesar dos desacertos, herdaremos o Universo inteiro numa manhã esplendorosa. Conquanto há um rio de lavas bem no coração da gente...
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