
Atento aos percalços que lhe foram oferecidos naqueles dias sombrios, recolhe os inúmeros solilóquios investigativos da existência, olhos fixos na possibilidade renovadora dos mistérios da alma.
Dividido entre o caos da saúde pública no Brasil e as esperanças da cura, persistiu na ânsia da atravessar a barreira dos costumes médicos, zelo dos trâmites em consultórios, hospitais, exames, tratamento, indagando critérios a veleidade dos critérios mais angustiantes, por vezes agressivos e selvagens.
Jorge Emicles revela, por isso, nas proporções equivalentes da sua vocação literária, outro marco da escrita universal em terras cearenses. Trabalho de fôlego, exemplar de mais de 300 páginas, produzido na Chiado Editora, de Lisboa, Portugal, com distribuição aos países de língua portuguesa.
Entre ficção e realidade, Conversas com a morte prima por estilo esmerado, leitura indicada a quem aprecia as viagens de longo curso, páginas abertas a esses largos voos, um estudo subjetivo, imperdível e sincero. Com a mesma naturalidade com que Sartre avalia o transe derradeiro (A morte é a continuação da vida, sem mim), Emicles esquadrinha segredos de quem observa o ritmo desses chãos comuns das estações finais do processo vida, matéria por demais empolgante, de que se poderá estender, no entanto noutras ocasiões menos limitadas
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