Os recentes aumentos recordes do preço do petróleo fazem emergir a antiga questão de quanto tempo ainda vão durar as reservas da matéria-prima. A propósito disso, alguns especialistas se manifestaram, gerando apreensões em todo o mundo sobre o assunto.
A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) declarou que uma estabilização do preço e do mercado não estaria ao seu alcance. O preço do barril aumentou 41% nos Estados Unidos, sendo cotado em 44,23 euros. Trata-se da maior marca desde 1983.
Em se tratando desse tema, existe pelo menos um ponto consensual: as reservas naturais são finitas. Todas as conclusões tiradas deste fato não passam de especulações. E uma das questões centrais levantadas desde o início do século XX é por quanto tempo ainda vão durar tais reservas.
Uma das conclusões mais frequentes se baseia na premissa de que as reservas de petróleo estão se reduzindo em função do aumento da extração e do consumo nas últimas décadas. A categoria principal das reservas comprovadas se divide em reservas desenvolvidas e reservas subdesenvolvidas. Enquanto o desenvolvimento das reservas comprovadas pode ser demonstrado com facilidade, a outra categoria principal, de reservas não comprovadas - subdividida em reservas prováveis e possíveis - é difícil de ser demonstrada cientificamente. Desde que eu era pequeno, sempre houve um certo rumor em torno da previsão de escassez de petróleo, mas mesmo assim a produção dos anos seguintes aumentou ainda mais que antes, já dizia J. Howard Pew, presidente da Sun Oil, em 1925. A era do petróleo está longe de acabar, reitera Rainer Wiek, do Serviço de Informação sobre Energia de Hamburgo, Alemanha.
É evidente que as firmas estão se preparando intensamente para uma época sem combustíveis derivados do petróleo. Mas essa época ainda não chegou. Os especialistas partem do pressuposto de que os recursos comprovados durem pelo menos meio século. No entanto, é praticamente impossível fazer prognósticos sérios. Nas últimas décadas, houve um salto tecnológico. Antigamente era impossível extrair petróleo a três ou quatro mil metros abaixo do fundo do mar, mas agora as reservas da costa oeste da África, por exemplo, podem ser exploradas sem nenhum problema, explica o analista da Helaba Trust.
Rainer Wiek, do Serviço de Informação sobre Energia, elucida o rápido desenvolvimento através de um exemplo numérico: Antigamente, apenas uma em dez perfurações tinha êxito, hoje são oito em dez. Além disso, ainda existe outro potencial de desenvolvimento: de acordo com os especialistas, nem todas as regiões do globo foram investigadas em função da existência de possíveis jazidas de petróleo.
Em vista, portanto, dos aumentos recentes, cresce a incerteza quanto o tempo de duração das reservas dos combustíveis fósseis, ocasionando urgência de políticas compensatórias para a solução de uma inevitável crise do ouro negro, visando a manutenção do estágio de dependência de energia a que chegou nossa humanidade.
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