Nalgumas rápidas
observações, medidas proporcionais a esses textos curtos da atualidade, na
velocidade dos meios que se suporta, ninguém quer ler páginas longas, há que se
falar qualquer palavra na sanidade mental da raça humana da qual fazemos parte
principal, todos e todos.
Nós, comuns
observadores da hora, talvez imaginemos algo a propósito da regularidade
psíquica dos que agem vagando neste chão. Ainda não existe medida certa de
sanidade mental que atenda aos sadios. Milhares, milhões, que trocam olhares,
buzinadas, telefonemas; sob as diversas embalagens físicas, descem e sobem escadas
de altos edifícios, aviões, ônibus; confabulam pelos cantos de bares,
lanchonetes, inferninhos; enchem estádios, vaquejadas, templos; anônimos
passageiros das barcas do Destino; e circulam soltos nas malhas dos
acontecimentos, abelhas das colmeias oficiais.
E filmes que rolam nas telas
das tevês ali retratam bem o quadro clínico da velha humanidade que caminha a
passos lentos ao desconhecido. Os sintomas de febre coletiva demonstram as
temperaturas dos canos das armas automáticas. As bailarinas agitadas dos
programas da noite oferecem ilusão a preço módico. Penitenciárias de antigos
filmes americanos, lixos industriais de décadas passadas, apontam as grades da
prisão cotidiana entre arames eletrificados e latarias de automóveis
engarrafados na liberdade artificial das avenidas iluminadas a velas.
Heróis atuais confundem
os vilões julgados e nunca detidos de mídia política impaciente de artimanhas
sensacionalistas que preencham os roteiros da programação sucessiva. Sem falar
nas guerras programadas pelos pregões das bolsas de valores, mercados ora
conquistados a exércitos e armas coloridas.
Enquanto multidões
deliram ao som estridente de bandas frenéticas alucinadas ao peso dos
eletrônicos de sucata, agressivos e inúteis, longe de ritmo, melodia e
qualidade.
Porém vem de longe,
das priscas eras da pré-histórica, nas sociedades tribais e nas escuras cavernas,
bichos de gosto duvidoso que resolveram abriu os olhos ao Sol. Andam, por isso,
arrastando as patas pelos desertos da consciência, na procura insistente da
salvação do Reino.
Querer, assim,
normalidade nos outros pesa um tanto, quando somos tripulantes do mesmo barco
nas ondas de depois.
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