domingo, 28 de abril de 2013

Sociedade enferma


Nalgumas rápidas observações, medidas proporcionais a esses textos curtos da atualidade, na velocidade dos meios que se suporta, ninguém quer ler páginas longas, há que se falar qualquer palavra na sanidade mental da raça humana da qual fazemos parte principal, todos e todos.

Nós, comuns observadores da hora, talvez imaginemos algo a propósito da regularidade psíquica dos que agem vagando neste chão. Ainda não existe medida certa de sanidade mental que atenda aos sadios. Milhares, milhões, que trocam olhares, buzinadas, telefonemas; sob as diversas embalagens físicas, descem e sobem escadas de altos edifícios, aviões, ônibus; confabulam pelos cantos de bares, lanchonetes, inferninhos; enchem estádios, vaquejadas, templos; anônimos passageiros das barcas do Destino; e circulam soltos nas malhas dos acontecimentos, abelhas das colmeias oficiais.

E filmes que rolam nas telas das tevês ali retratam bem o quadro clínico da velha humanidade que caminha a passos lentos ao desconhecido. Os sintomas de febre coletiva demonstram as temperaturas dos canos das armas automáticas. As bailarinas agitadas dos programas da noite oferecem ilusão a preço módico. Penitenciárias de antigos filmes americanos, lixos industriais de décadas passadas, apontam as grades da prisão cotidiana entre arames eletrificados e latarias de automóveis engarrafados na liberdade artificial das avenidas iluminadas a velas.

Heróis atuais confundem os vilões julgados e nunca detidos de mídia política impaciente de artimanhas sensacionalistas que preencham os roteiros da programação sucessiva. Sem falar nas guerras programadas pelos pregões das bolsas de valores, mercados ora conquistados a exércitos e armas coloridas.

Enquanto multidões deliram ao som estridente de bandas frenéticas alucinadas ao peso dos eletrônicos de sucata, agressivos e inúteis, longe de ritmo, melodia e qualidade.

Porém vem de longe, das priscas eras da pré-histórica, nas sociedades tribais e nas escuras cavernas, bichos de gosto duvidoso que resolveram abriu os olhos ao Sol. Andam, por isso, arrastando as patas pelos desertos da consciência, na procura insistente da salvação do Reino.

Querer, assim, normalidade nos outros pesa um tanto, quando somos tripulantes do mesmo barco nas ondas de depois. 

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