Esse o nome de um
americano que viveu em Crato na década de 60, pastor presbiteriano que foi meu
professor de Inglês em curso que funcionava à noite no prédio da Escola
Natanael Cortez, à Rua José Marrocos, acima da Estação Ferroviária e próxima da
casa dos meus pais.
Era amigo de um amigo
nosso, José Fernandes, pessoa ligada à minha família, o que permitiu minha
aproximação desse missionário vindo de Chattanooga, cidade do estado americano
do Tennessee. Conhecera também seus filhos Dale e Terry, o segundo, anos depois,
desapareceria entre as baixas da Guerra do Vietnam. Dale colecionava selos, atividade
que eu desenvolvia naquela fase da juventude. A minha escolha recaía nos selos
estrangeiros já carimbados.
Visitei-os uma vez no
Bairro do Pimenta, residência onde notei telas de naylon em todas as portas e janelas, a fim de evitar a presença de
insetos, cuidados devidos aos trópicos, na mentalidade dos que chegam de outros
países.
Essa família
desempenhava o apostolado protestante no interior do Brasil. Era a época crítica
que antecedia os anos da Revolução de 1964. Recordo quando, após uma das aulas,
ao voltar para casa, encontrei meu pai de ouvido colado no rádio escutando os inflamados
e tensos discursos do Comício da Central do Brasil, de trágica memória. João
Goulart, Miguel Arraes, Francisco Julião, Lionel Brizola, definiriam os
destinos da Pátria nas reações de consequências radicais.
Estudara a Língua
Inglesa nalgumas outras ocasiões mais, do que guardei o suficiente para atender
aos chamamentos dessas tecnologias dagora.
Transcorridos esses
anos todos, cinco décadas, a lembrança desse religioso, que deixara sua terra
querendo conquistar fiéis e amigos noutros lugares, se configura de modo atual.
Magro, longilíneo, óculos claros, fino trato, refletia alma sincera, palavras bem
posicionadas e facilidade na aproximação com as outras pessoas.
Imagino, por vezes,
quantos mestres surgem pela vida afora, sem que notemos a importância de tais personalidades
e influências, sujeitos a demorar até que consideremos o valor desses tipos
humanos em nossa formação. Pessoas elas dotadas dos propósitos de civilização
necessários ao aprimoramento de evolução, sem que disso demos conta. Eis qual
considero hoje a figura de Mister Frank Soules, de quem nunca mais, desde
então, saberia das notícias e do paradeiro.
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