Pelas entranhas desses
corredores internos anda o caminheiro. Às vezes, tenso; outras, distendido aos
ventos, soberano pavilhão drapejando ao Sol da liberdade dos sonhos. Contempla
portas imensas de possibilidades, e desfaz os lençóis de toda noite, na busca
dos mistérios escondidos. Cheio de paredes ásperas, pedras toscas, porém
arborizado, que contém pomos, pepitas e preciosas gemas das raras cores de
brilhantes minerais. Fotografias e paisagens luminosas espalham raios nas
árvores cinzentas do sertão. Sons que repercutem solidão dessas paragens longas,
tristes, suaves.
Bom, mas achar esse
caminho de sair da essência equer continuidade e coragem, frutos da mais
extrema ausência de prazeres pedidos que clamem origens do Ser. Urgência
afetiva dos amores remexe lá por dentro os arbustos da alma, nessa busca através
das noites da alma que surpreenderá aventureiros quais normas ocultas de segredos
enormes, monstros de dentes afiados, princesas divinas e caminhos que se
bifurcam todo momento.
Qual na história da
onça e da raposa, um foge do outro entre as expectativas de achar o caminho de
volta diante das circunstâncias insistentes. Olhares desconfiados com relação
ao futuro enchem as ocasiões de surpresas por vezes ricas de oportunidade.
Viagem longa, contudo deliciosa, nessa escalada constante entre nuvens que
circulam o firmamento, mostra de riquezas mil na forma de emoções inigualáveis,
à espera dos dois unirem o Ser.
Pois as pessoas
precisam dos líderes para seguir adiante. Noutras horas, não aqui nesse
labirinto de esperança, mas lá adiante, jornada de encontrar a fronteira entre matéria
e espírito. Entre a sombra e a luz. Nesse encontro de proporções do nada ao
infinito. Andar batendo as telhas em pedido de retribuição que representa uma
parte, a parte maior, do alvéolo da existência, hora neutra de cruzar a terra
de ninguém, situada no meio das duas extremidades. Pisar maneiro, seguir a
trilha do coração, onde só existirá um modo soberano de levar consigo as certezas
próprias.
Chegar à porta leva
tempo.
Ver na claridade da
consciência, quando será dado ao homem morrer uma só vez para nascer na vida
eterna (Hebreus, 9:27). Nascimento e
acontecimento maior da Natureza. Quando a porta se abrirá e vem a Salvação, libertação
absoluta que deriva do processo vida no labirinto de si, quando inicia o transe
da nitidez infinita de todos os destinos.
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