terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Evolução coletiva


Por mais que andem apressados os vagões desse comboio, no esforço de transpor estradas, semanas e calendários, só um trilho resplandece no rosto da multidão, o brilho da luz do dia, por vezes inconsistente do valor de caminhar numa única igual direção. Pensamentos crescem aos olhos dos passageiros espalhados pelas estações fervilhantes, feitos água em córregos que descem para o oceano, na hora dos temporais. Mandar no destino alheio desses mil olhos ainda fechados, porém, nascem daí as folhas das árvores secas do verão intenso e retornam em festa de outono, nas cores da primavera. Imaginar que o vento levaria nos braços o sofrer e a esperança das coisas desnecessárias, sofridas, em manhã esplendorosa, nada menos inconsequente, porquanto viver é lutar, trabalhar, organizar, diz o povo nos seus benditos.

Diante do fio amolado de invernos rigorosos, marcas felizes demonstram o quanto de amor existe em quem acredita no amor. Risos desenham no tempo a luz acesa das noites misteriosas de perguntas e respostas. E dizer que da tempestade vem bonança parece assunto fora propósito, no entanto coerente com princípios eternos da melhor felicidade, na luz do merecimento.

O tom laranja da aurora clareia os espaços íntimos, no amor de todo dia que chega através das atitudes, palavras, feitos, fases religiosas de canteiro e construção. Há quanto tempo livros, mestres, serões, contam nas praças de viver transformações no bloco da consciência, na forma de fazer acontecer, todavia raros, de corpo inteiro, acreditam que o recriar da criação, na alma dentro de si, no foco das irmandades, promove definitiva a luta de todos nós, nas praias deste mar revolto de gestos incontidos.

Amemos com suficiente amplitude e as ações da humanidade modificarão a seqüência do momento e um presente valioso indicará a realização do ser interno. Quanta vitória falará disso na ausência absoluta de propósitos maus largados, jogados fora, em oportunidades perdidas ao fragor das vaidades. Querer palavras limpas, valores novos, eis o sentido de andar adiante, no bem-querer possível da vontade, em festa de pessoas reanimadas.

Conquanto existam demasiados conceitos, modificar o panorama deste lugar em que habitamos, entretanto, depende apenas de cada particular indivíduo, soberana justiça, que ensina plantar a semente boa no solo da humanidade, repetir as outras chances de encontrar o caminho certo e o motor da verdade, nas moendas de várias vidas. Unir as forças em prol das fraternas direções, renunciar a tanto de trastes inúteis, trabalho de limpeza, de vencer as ilusões a modo e turno, querer construir horizonte de justo peso, saúde, constância, otimismo, firmeza e posição, aulas de coragem e virtude. 

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