Tempo esse em que ocorrem
variados tipos de fala quanto ao clima futuro. Uns preveem mais estiagem,
depois dos dois anos meio irregulares, ainda que em 28 de janeiro de 2010
ocorresse tromba d’água de causar espanto, destruindo parte do Canal do Rio
Grangeiro e levando prejuízos a comerciantes e moradores da zona urbana de
Crato. O andamento dos invernos, nessa fase, apresenta irregularidade, sem registros
normais dos ideais para a agricultura e o abastecimento.
Este ano, aos
primeiros meses, vieram chuvas, sim, porém insuficientes e espaçadas, abaixo da
média histórica, somando redução das reservas nos açudes. Ninguém garante como
virá o turno invernoso. Profetas ainda existem, acrescentados das previsões
oficiais. Certeza segura, todos ficam devendo.
De real, contudo, é
que, há pouco, nas madrugadas de 30 de novembro e 1.º de dezembro de 2012, após
dias nublados e quentes, chegaram as primeiras pancadas de chuva. Caso
consideremos as estações do Planeta, nossas chuvas ocorrem no Verão, com base
nos padrões estabelecidos no calendário. Estas duas ocorrências de chuva molharam
bem as matas já ressequidas pela soalheira dos seis meses de estio que trouxera
ondas fortes de calor.
As mangueiras e os
cajueiros estão mais floridos que no ano anterior, enquanto os sabiás cantam
desde finais de outubro. Graças a Deus nenhum incêndio de proporção ocorreu na
floresta, diferentemente de anos passados.
Mediante o desejo dos
sertanejos de que venham boas chuvas de encher reservatórios, nutrir a lavoura
e criar o pasto dos rebanhos, eles principiam olhar o Nascente. Buscam a raiz
das nuvens, os torreões. Vigiam as luas, os sinais da natureza, os passarinhos,
as formigas, o movimento dos animais. Quando o relâmpago começa a cortar os
céus, então, nasce nas almas o gosto pela vida, ainda que agora rezem e morem
mais nas cidades, abafadas de prédios e carros, do que no tempo bucólico dos sítios
e vilas. Precisam da água preciosa, a lhes satisfazer necessidades e privações.
De agora até o meio do
novo ano, haverá o alimento da esperança em chuvas fartas no coração de todos
os viventes, pois assim a alegria vem.
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