Meros traços de um corpo sem lembranças, resquícios de impressões lá de longe vindas no eito do passado, são vagos acenos de certezas que antes de firmarem os pés na lama do Paraíso foram diluídas pelos moinhos de antigamente. Com isto, a fome de existência permanece afeita, aos gritos de continuar além das barreiras e dos momentos desfeitos no Tempo. Mundos outros esses hoje abertos ao sol dos pressentimentos, quais seres inexistentes a escorrer nas encostas dos destinos, enquanto que despertam e somem na mesma velocidade com que chegaram, esses minúsculos protagonistas já agora feitos de mil imagens só de imaginações, astutos, pois, a imprimir velocidade incontrolável a naves até então desconhecidas no sonho de sobreviver e estabelecer-se nos universos lá distantes, noutras paisagens quiçá feitas dos pedaços desta em decomposição.
Ir a todo custo no instinto de reviver quantos desejos insatisfeitos,
no ardor das ilusões aqui largadas a ferro e fogo, somadas ao monturo da inexistência.
Nisto, facetas outras de liberdade batem-lhes às portas e pedem compreensão
desses tantos face ao espaço e ao nada, no esforço supremo de responder aos
próprios anseios feitos de fragmentos e dores. Contudo, persistem no afã de
revelar a si e aos demais o desígnio insistente dos transes desde sempre na
forma de ausências, a voz de quem nem imagina a que esteja, nem a que irá.
Em consequência, blocos inteiros de ferro e cimento invadem
as cidades, locais absolutos das contrições elaboradas a duras penas. Percalços
dessas aventuras errantes, eis que prosseguem na longa jornada rumo ao mistério
que significam em meio a isto, bem nítida a presença das quantas interrogações que
arrastam a passar nos dias, nas canções, nos mercados e nas feiras imaginárias.
Conquanto as palavras falem disso, desses enigmas que
deslizam soltos aos olhos do Infinito, cá estarão todos eles a contar velhas
histórias de séculos sem fim, numa atitude por certo coerente face aos esteios
de monumentos que ilustram de certezas o horizonte da Consciência.
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