quinta-feira, 13 de novembro de 2025

As versões individuais


Esse viver de faz de conta... Somatório imenso às vésperas de ser exato, agora, no entanto, meros simulacros de si mesmos. Num esforço imaginário, contorcem nos ares a ânsia do encontro definitivo nalgum instante, nalgum lugar. Nisso, expendam a necessidade vazia pelos meios ao dispor, artesões da procura em gestos de pura solidão, experimentos, pois.

Bem ao modo romântico das tantas luas a percorrer os céus, aventuram a sorte nos cassinos adrede criados nas próprias aventuras, e seguem o previsto no desafio da exatidão, partes e um todo só ao âmbito da improvisação.

Enquanto isso, no caldeirão aceso da humanidade, desvendam os segredos e os digerem na velocidade monótona dos dias que vão. Protagonistas dos mesmos dramas da multidão inteira, um e todos embaralham cartas e sobrevivem no gosto único de estar aqui, sem, contudo, estabelecer padrões inevitáveis, eternos improvisadores de sonhos que o são. Do jeito das palavras donde nascem os desejos, assim inteiram o percurso das histórias incertas aos seus olhos indagativos. Padecem os traços da existência no rascunho de quem jamais sustentara credos e dogmas, apenas migalhas dessa exatidão que lhes aguarda lá depois do trilho, nas ficções do que foram criados certa feita nos inícios.

Pessoa a pessoa, formam esse contraste das espécies e insistem saber aquilo de que ainda não têm, de verdade, a certeza plena. Mitigam noites e dias as aventuras de que sejam seus autores e heróis, isto sob o crivo da improvisação dos papeis estabelecidos. Explicam a todos o que nem de longe pudessem compreender. Daí vêm os nomes escritos no teto das alturas, do quanto devem encenar, porém desfeitos em pedaços, atirados ao sol do Infinito, cientes dessa incerteza tanta e senhores do anonimato.

Esse contingente parcial, entretanto, perdura no diálogo consigo até lá em um tempo relativo, sumindo nas dobras dos caminhos e impondo as antigas condições dos primeiros quando chegaram aqui, na sequência inevitável do que virá na consciência em aberto.

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