Eis uma constatação das mais acertadas, o ser humano qual animal social. Semelhante a outros, tais elefantes, búfalos, pinguins, cardumes e cardumes, ele bem que conhece das leis da selva e resolve unir forças aos grupamentos, e nisto forma as aldeias, os reinos, as cidades, países, comunidades várias. Preenche com ênfase o gosto de formar agregações onde uns possam usufruir dos pudores de existe e dividir com os demais os mesmos objetivos sem maiores sustos.
Houve um tempo em que admitiam até serem animais racionais, todavia
isso até hoje não ficou caracterizado devidamente, a ponto de tantos duvidarem
da tal pretensão do uso absoluto da Razão que viesse de merecer com sobra. Haja
vista a fama de vitoriosos que ganham nas guerras e noutros percalços diários,
a demonstrar instinto muito mais abaixo do que os outros animais ditos
irracionais, nisso arrastam na lama o antigo desejo de estar numa melhor
posição com relação aos tantos ditos inferiores. Outrossim, de animais sociais exemplificam
de longe merecer essa classificação.
Mas a peleja vem desde quando principiavam seus primeiros
registros nas paredes das cavernas. Imitavam, quiçá, algo que aprendessem que
merecessem e deixaram demonstrado naqueles impulsos primitivos do uso da interpretação
dos fenômenos da Natureza. Daí, de então, aquelas agruras iniciais que esboçavam
lhes trouxeram o desejo de ultrapassar as demais criaturas no crivo das
avaliações acadêmicas. Mesmo assim, lá vão milhares, talvez milhões, de largas
experiências no campeonato da Civilização, a ponto de ganhar, outra vez perder,
o cetro da evolução que desgasta o tempo nas eras sem fim.
Primórdios sempre chegam, cedo ou tarde, no computo da
História. Queremos crer, dias menos dias, que a nossa espécie já reunirá motivos
suficientes a pleitear junto à Eternidade essa denominação tão prevista de, num
momento admirável, sermos estabelecidos na faixa desses aquinhoados animais
racionais, pois, de fino trato.
(Ilustração: Série Bárbaros, produção da Netflix).
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