Todos eles, isto, dias em movimento sob nossas vistas. Um fluir compassado, ritmo eterno de tudo quanto há. Fôssemos ciente no pleno sentido e saberíamos dizer claramente a sequência natural dos acontecimentos. Suas agruras e acertos, limites e possibilidades. Apenas observamos e vemos tocar aos pés o passado antes visto e agora só restos e lembranças do que se foi. Nisto, a soma clínica dos séculos de todo tempo.
Todavia mora em nós a força de continuar. A disponibilidade com que administramos o novelo das histórias, o testemunho das pessoas em volta, a fragilidade dos momentos. Coube-nos tal função exclusiva de sermos testemunhas desse fluir constante de que fazemos parte. Adotar o senso de aceitar e disso reunir o que necessitamos a fomentar nosso ser, eis o que nos cabe do quanto existe e assistimoss.um a um.
Daí, quais os macacos de 2001 - Uma odisseia no espaço, afagamos o monolito à cata do que sejamos e sua real finalidade.
No mínimo, damos de conta da nossa ignorância em aprimoramento, espécie de pedras em fase de lapidação do que seremos lá um dia. Enquanto isto, às vezes dói, às vezes padecemos, em marcha constante pelos mundos afora.
Personagens desse espetáculo universal, tendemos a crer sejamos conscientes, porém a realidade conta outras versões daquilo que o somos. Nem de longe chegamos ao teto da procura de tantos pela vida. Construímos lembranças e as sustentamos de culpa ou saudade, nesse pergaminho infindável das horas. Observamos. Assuntamos. Dividimos. Somamos. Crescemos no transcorrer da correnteza desse rio infinito, pois.
Ao reencontrar os outros mesmos personagens das muitas lendas, reunimos os frutos de colheitas ilimitadas e esquecemos pouco a pouco do que nos fez ser o que ora somos. As vezes fugimos de nós a fim de sobreviver, contudo. No entanto algo nasce de nossas mãos em forma de certeza e felicidade, no que aqui vivemos de todas aventuras que persistem pelos ares.
(Ilustração: 2001 - Uma odisseia no espaço, de Stanley Kubrick)
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