segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Aceitar o Silêncio


Essa a necessidade imensa que parece dominar os humanos e trazer à tona o que silenciosamente acontece dentro de si , e bem reflete a chama viva dos pensamentos. São eras e eras de esforços em transformar o silêncio do Tempo na matéria prima de estudos. Buscamos aflitas formas de responder ao desafio dessa continuidade, no entanto presos quase só a conceitos repetitivos de outros e de outros tempos. Tais instrumentos de neutralizar o desespero dessa vertigem do desaparecimento, que morde sem descanso a alma das criaturas, insistimos vencer o silêncio das horas que passam e ficamos atônitos de largar no passado ruínas e monumentos do que somos e fomos. Ah, quantas luas mais hão de vir até que despertemos da ânsia de encontrar o sentido de tudo isto que aqui ora experimentamos.

Enquanto isso, ininterruptos, desfilam ao nosso lado os passos harmoniosos do quanto testemunhamos sem desvendar o tal mistério e estar e desfrutar de todos os meios da revelação que nos espera de olhos abertos na claridade do Sol de todo dia. E saber que a resposta mora no íntimo de todos sem exceção, seres destinados ao Eterno que já o somos e ainda carecemos perceber.

Horas, vidas, nuvens e pensamentos, e sentimentos, ruídos mil a inundar as clareiras do Silêncio, durante sua presença nas consciências em movimento. Quais câmaras de eco desse infinito, tateamos o escuro das multidões às vistas de achar felicidade.

Ouvir, contudo, que a voz de todas as certezas grita forte em nosso coração, a pedir realização de um Eu maior que nos aguarda de braços abertos ao final do corredor. Calar um tanto essa pressa de desejar domínio e viver intensamente o Amor no coração, quantos aguardam esse momento definitivo das respostas que habitam na paz do Silêncio presente a todo instante no penhor das existências.

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