Tem gente que nem de longe deseja saber disso, de prestar contas deste mundo tão gostoso. Assim, recebe de um tudo, surfa nas planilhas da existência, usufrui do bom e do melhor da Natureza, respira ar puro, bebe água limpa, etc., etc., e acha que fica por isso mesmo, os bônus do acaso. Claro que não é bem desse jeito, pôs ainda tem que trabalhar, caminhar, tomar banho, viajar, estudar, etc., se não arrastaria de graça todos os prazeres daqui do Chão. No entanto, depois de tanto esforço de ser feliz, esquece as normas do procedimento de viver. Que teremos de respeitar os semelhantes, obedecer aos códigos, pagar boletos, morar, comer, vestir, educar a família, envelhecer, por vezes adoecer, quem sabe até morrer lá um dia?!
Bom, nisso há um conta corrente preso ao tempo do corpo, onde são contabilizados os débitos e créditos do que fazemos, instante a instante. Máquina perfeita, a Justiça maior anota tudo, numa escrituração magistral daquilo que fazemos dos direitos, e iremos responder dentro das normas exatas o quanto produzimos de resultados. Com a mesma exatidão de que fomos construídos nestes corpos destinados ao aprendizado evolutivo, cá vamos nós pelo caminho de aprimoramento, porém sujeitos às consequências dos nossos atos.
Muitos, talvez, poucas vezes imaginam ser desse modo, que haveremos de prestar contas lá adiante, ao cruzar a alfândega da Eternidade; e nisso esquecem a responsabilidade do viver, indiferentes à justeza da Perfeição que rege tudo, no piso das histórias universais. Fugir, não tem essa chance. Daí, ficar atônitos ou indiferentes aos pressupostos do Destino exige carga pesada de alienação e compromisso ao mesmo tempo. Só se arrepender é pouco, lá depois. Precisa cuidar, o quanto antes, de aprimorar a consciência e melhorar os praticados, na Lei do Merecimento. Largas oportunidades estão bem aqui às nossas barbas, chances multiplicadas a cada momento de exercitar esse destino individual em nossas mãos, agora. Os orientais denominam isto de Carma, ou contabilidade desta vida.
(Ilustração: O julgamento final, de Hieronymus Bosch).
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