quinta-feira, 18 de novembro de 2021

As distâncias e o Infinito


Nos tais questionamentos humanos do quanto ainda resta a percorrer até desvendarmos o segredo de tudo quanto há, até o dia de revelar por inteiro os caminhos da perfeição em todos os sentidos, quando, só então, chegar-se-á ao ponto zero da evolução. As aspirações de vencer, lá certa vez, o dístico da falibilidade e cruzar as barreiras do Infinito. Atravessar o limite do impossível e consignar de todo aquilo que aqui viemos buscar. Obter o passaporte ao Eterno e morar no seio pleno da Felicidade verdadeira, desejo de tantos e mistério de muitos. Isso da cientificação, de que falam os místicos; da libertação dos apegos materiais e da união com nós mesmos e com todos, enquanto consciência.

Bom, no que me vem aos pensamentos, o simples aspecto de a gente desde agora poder imaginar isso, de viajar às distâncias e admitir essa probabilidade, já deixa margem suficiente de termos evoluído um tanto e haver dado os primeiros passos ao mundo das maravilhas. Porquanto, nem de longe os objetos, as máquinas, os insetos, têm a mesma oportunidade. Dentro de cada um persiste, pois, esse anseio extremo da imortalidade, da paz e das virtudes superiores dominarem o mundo, ainda que adormecidas no exercício diário das existências atuais; isso fala bem alto do quanto andamos nessa estrada. Qual disseram os platônicos, a perfeição só existe no mundo das ideias, o que ouvi certa feita de Janaína, uma de minhas filhas. Porém existe, consiste no frigir de tudo isso num único bloco uno e indissolúvel.

Assim, no aspecto mais prudente das aventuras deste chão, transitamos nesse mundo ideal e dele alimentamos, vidas e vidas, o transcorrer das gerações. Externamos nossas aspirações de igual modo, a nutrir de esperança as faces escuras do momento, feitos animais aflitos a contemplar a Lua, em noite de séculos inadiáveis. Pisamos às vezes leves, doutras descaradamente, agressivamente, as folhas da escuridão e norteamos de sentido apenas vago as ações parciais, de modo desesperado.

Dos gestos e das experiências, guardamos marcas deixadas em nós pelos laços de forças contraditórias, sem, entretanto, na essência, perder o sonho nos dias de realização e valores positivos. Conquanto palhas ao vento do desconhecido, sustentamos de ideal a certeza nos raios de luz aonde vamos, no íntimo do Ser que nos sustém.

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