Nos tais questionamentos humanos do quanto ainda resta a percorrer até desvendarmos o segredo de tudo quanto há, até o dia de revelar por inteiro os caminhos da perfeição em todos os sentidos, quando, só então, chegar-se-á ao ponto zero da evolução. As aspirações de vencer, lá certa vez, o dístico da falibilidade e cruzar as barreiras do Infinito. Atravessar o limite do impossível e consignar de todo aquilo que aqui viemos buscar. Obter o passaporte ao Eterno e morar no seio pleno da Felicidade verdadeira, desejo de tantos e mistério de muitos. Isso da cientificação, de que falam os místicos; da libertação dos apegos materiais e da união com nós mesmos e com todos, enquanto consciência.
Bom, no que me vem aos pensamentos, o simples aspecto de a
gente desde agora poder imaginar isso, de viajar às distâncias e admitir essa
probabilidade, já deixa margem suficiente de termos evoluído um tanto e haver dado
os primeiros passos ao mundo das maravilhas. Porquanto, nem de longe os
objetos, as máquinas, os insetos, têm a mesma oportunidade. Dentro de cada um
persiste, pois, esse anseio extremo da imortalidade, da paz e das virtudes
superiores dominarem o mundo, ainda que adormecidas no exercício diário das
existências atuais; isso fala bem alto do quanto andamos nessa estrada. Qual disseram
os platônicos, a perfeição só existe no mundo das ideias, o que ouvi certa
feita de Janaína, uma de minhas filhas. Porém existe, consiste no frigir de
tudo isso num único bloco uno e indissolúvel.
Assim, no aspecto mais prudente das aventuras deste chão,
transitamos nesse mundo ideal e dele alimentamos, vidas e vidas, o transcorrer
das gerações. Externamos nossas aspirações de igual modo, a nutrir de esperança
as faces escuras do momento, feitos animais aflitos a contemplar a Lua, em
noite de séculos inadiáveis. Pisamos às vezes leves, doutras descaradamente,
agressivamente, as folhas da escuridão e norteamos de sentido apenas vago as
ações parciais, de modo desesperado.
Dos gestos e das experiências, guardamos marcas deixadas em
nós pelos laços de forças contraditórias, sem, entretanto, na essência, perder
o sonho nos dias de realização e valores positivos. Conquanto palhas ao vento
do desconhecido, sustentamos de ideal a certeza nos raios de luz aonde vamos,
no íntimo do Ser que nos sustém.
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