Assim são os acontecimentos, objetos e pessoas, fenômenos que ocorrem na face do cenário de um tempo em andamento. Fagulhas de fogueiras cósmicas, sacudimos fuligem no decorrer dos instantes que se sucedem numa velocidade imperceptível aos nossos prazeres mundanos. Elementos de reações maravilhosas vindas do Infinito, sacudimos asas rumo ao desconhecido, lá de onde há de haver, no entanto, a lógica indiscutível de tudo isto que ora presenciamos, perfeição além até do que imaginamos que seja. Entregues, por isso, aos humores das existências de quem tangemos os barcos, cruzamos as ruas quais não fôssemos apenas cobres dos mesmos tachos, a verter as lágrimas do mistério de nós mesmos, iguais que significamos diante do Eterno.
Tais sejam, pois, valiosas estas nuvens a preencher de luz o
Cosmos sempre de novas consequências todo momento, a gerar seus próprios
sucessores no ritmo desse mistério que bem representamos neste palco, seres
inteligentes da Criação. Sem diminuir qualquer fragmento da importância do que
habita o pulsar da geração, dotamos de vazio o céu imenso do firmamento,
alimentando de sonhos as noites e os séculos. Dotados da mais valiosa
criatividade, exercemos papel indispensável na transformação dessa matéria
prima em constante desaparecimento, porquanto transportamos na nossa
consciência o que daqui haverá de vir depois de um passado insaciável que largamos
lá atrás.
Nós, essas nuvens transitórias que nutrirão de sentido as
vidas de que somos instrumentos, partes do todo universal, sendo o Todo também,
por força dos destinos eternos. Valiosas criaturas, os humanos. Parcelas insubstituíveis
da engrenagem miraculosa em movimento no seio de todos nós, sem exceção. Resta,
portanto, desvendar dentro da gente o tal segredo, e por em prática o exercício
dessa divina exatidão que pulsa em nosso ser, fator e ânimo de tudo quanto dali
seremos um dia, na soma exata do Ser e das criaturas deste tudo tão real e imperecível
dos astros.
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