quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Nuvens que passam nos céus da realidade


Assim são os acontecimentos, objetos e pessoas, fenômenos que ocorrem na face do cenário de um tempo em andamento. Fagulhas de fogueiras cósmicas, sacudimos fuligem no decorrer dos instantes que se sucedem numa velocidade imperceptível aos nossos prazeres mundanos. Elementos de reações maravilhosas vindas do Infinito, sacudimos asas rumo ao desconhecido, lá de onde há de haver, no entanto, a lógica indiscutível de tudo isto que ora presenciamos, perfeição além até do que imaginamos que seja. Entregues, por isso, aos humores das existências de quem tangemos os barcos, cruzamos as ruas quais não fôssemos apenas cobres dos mesmos tachos, a verter as lágrimas do mistério de nós mesmos, iguais que significamos diante do Eterno.

Tais sejam, pois, valiosas estas nuvens a preencher de luz o Cosmos sempre de novas consequências todo momento, a gerar seus próprios sucessores no ritmo desse mistério que bem representamos neste palco, seres inteligentes da Criação. Sem diminuir qualquer fragmento da importância do que habita o pulsar da geração, dotamos de vazio o céu imenso do firmamento, alimentando de sonhos as noites e os séculos. Dotados da mais valiosa criatividade, exercemos papel indispensável na transformação dessa matéria prima em constante desaparecimento, porquanto transportamos na nossa consciência o que daqui haverá de vir depois de um passado insaciável que largamos lá atrás.

Nós, essas nuvens transitórias que nutrirão de sentido as vidas de que somos instrumentos, partes do todo universal, sendo o Todo também, por força dos destinos eternos. Valiosas criaturas, os humanos. Parcelas insubstituíveis da engrenagem miraculosa em movimento no seio de todos nós, sem exceção. Resta, portanto, desvendar dentro da gente o tal segredo, e por em prática o exercício dessa divina exatidão que pulsa em nosso ser, fator e ânimo de tudo quanto dali seremos um dia, na soma exata do Ser e das criaturas deste tudo tão real e imperecível dos astros.

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