No intuito de polir o cristal da consciência ora feita humana aqui existimos a pisar este chão e vagamos de tenda em tenda ao sabor dos desertos das horas. Por vezes até sorrimos diante da oficina e suas máquinas esquisitas. Olhamos pelas janelas que mostram a paisagem do alheio esforço e devoramos com as vistas o desejo de que fosse diferente. Quanta fome, quanto apego a que assim pudéssemos destruir o cristal ou guarda-lo só em nosso tesouro egoísta, a nosso critério, enquanto fizéssemos e acontecêssemos ao sabor dos instintos frágeis dos animais selvagens. Porém viemos com certeza de missão perante a Lei, cativos até ao ponto que nos foi determinado lá nas primeiras visões.
Ninguém que se preza haveria de fugir ao destino de polidores do cristal da consciência, sob a pena de sofrer o desencanto do nada e regressar tantas vezes tantas quantas necessário seja, a cumprir o desiderato de enxergar através dela o tempo da Salvação. Será, sim, por meio disto que virá a chance de adquirir a liberdade, escapar da infame vaidade. Jamais ocorrerá, por isso, o fracasso, porquanto o intervalo do início e ao fim são falhas abandonadas pela escrita dos tempos, mera poeira do inexistente, fagulhas de traços no ar, as reencarnações, as estações do percurso. Lá, num momento santo, advirá o limite, e a consciência translúcida indicará o teto da libertação. Todos, no risco firme do critério absoluto, então, mereceremos a luz que ainda vive presa na consciência individual. Seremos o Ser em Si, senhores de uma festa perene, nos campos da Felicidade plena.
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