Nesse passo, visto corresponder a única existência que somos, e desejar usufruir daquilo que não nos cabe, perdemos direito a concentrar individualidade no sentido da harmonia. Pisamos as costas dos parceiros e viramos o barco da paz. A inveja, o ciúme, os recalques, o medo, sujeitam tomar o comando e jogar a carga da energia de uma vida inteira no abismo da perdição. Precisa de pulso forte, firmeza, a fim de frear os desejos equivocados e nunca romper a ordem de onde estamos situados.
Sofrimento, pois, na visão budista, equivale à irrealização do desejo. O pensamento cria necessidades abstratas e pretende, a todo custo, que estas venham à realidade. O ser pensante, contudo, existe abaixo da ordem universal. Seu desejo conta pouco, ou nem conta. Assim, invés de ver a concretização daquilo que deseja, deve obedecer e aceitar o que lhe aconteça. O que deseja, por isso, equivale à matriz da irrealização. E sofre a consequência dos caprichos irrealizados. Aceitar e amar, eis os instrumentos através de que descobre a realização de Si, portal das melhores alegrias.
Um amigo meu bem que disse: Encontrar um amigo nosso do passado e dar-lhe um abraço abre essas perspectivas a novas possibilidades.
Concordo com o seu amigo. Encontrar e abraçar um amigo do passado reencontramos nossos pedaços perdidos pelos caminhos. Alguns destes pedaços nem sabíamos haver perdido. Mas é sempre um conforto para nossa alma que as lembrancas do passado confortam a nossa alma.
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