sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Geração

Quando nos dias onde as clareiras da dúvida abrem espaço às certezas, paro e olho a barra dos mistérios a iluminar no horizonte. Nessas horas, lampejos enormes, quais ondas descomunais, invadem praias ensolaradas, despejando revelações que se escondiam na plena luz desses dias.

Nalgum desses, diante das tantas artimanhas de um cotidiano moroso e estéril, algo apresenta versões definitivas da realidade real. Assim qual quando observo o apego das mães aos filhos pequeninos, a carregá-los entre a face e o pescoço, sobre os ombros, interpreto a verdade maior que tudo. Tais frágeis bênçãos a transcorrer anônimas os trilhos, elas ali vão, crianças de meses, à busca do futuro. Tanta fragilidade sob tamanho de carinho das parturientes são vivas chamas da geração de amanhã.

Prova maior inexiste da sequência da Eternidade. Mães/filhos, filhos/mães, solda de energia e vida, fatores determinantes de toda Criação. Isto dá segurança de vencer a dúvida e os desafios do presente, porquanto em qual território persistiria o segredo universal tão de junto de nós, mortais vaidosos e letárgicos. Testemunhos do poder de seguir em frente, as crianças durante as crises.

A força das gerações que desafiam para sempre o direito e o dever da imortalidade. Filhos, as flores e os frutos a brotar das árvores que nascem e crescem. Ato e potência numa só forma da Natureza determinar o percurso vida. Amor em forma de canção, a luta da sobrevivência no que tanja a falta de jeito dos milênios das contradições. Humanas contradições em símbolos de esperança.

Observo constante essa fúria de resistir aos impactos deste chão e demonstrar a insistência, superar os limites da dor e trazer adiante o fenômeno da existência em forma de gente, e com isso ganhar as alturas.

Um comentário:

  1. A beleza da natureza, a presença de Deus , quando vemos as plantas, flores e frutos, em desenvolvimento . Vemos os pássaros recolhendo alimentos e colocando no bico dos seus rebentos fico a imaginar como é bela e sabia a natureza. Um passinho não tem raciocínio, mas sabe que se não alimentar o seu filhote ele morrerá de fome. Eis aí o fenômeno da existência humana e animal que muitas vezes não paramos para observar tais fatos.

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