Há tantas fases da vida em que se torna imprescindível admitir telas negras a empanar o brilho em volta, ampliadas pela ótica dos meios massivos de comunicação, de causar estragos no gosto da existência, que, não fosse a capacidade humana de tirar proveito e oferecer nisso os instrumentos de revisão do panorama, e afundaríamos no mar de lama da mediocridade. Essa atitude mínima pode encontrar seu lugar entre as providências necessárias diante do desafio ocasionado pela carga de aprendizado que achamos nesta escola de mundo.
Perante todas as épocas apareceram fatores escuros e claros, ao jeito de cada gosto olhar e operar os elementos em pauta.
Ninguém que seja deve permitir, no âmbito da consciência, que nuvens negras toldem a visibilidade do possível dos acontecimentos, sob pena de borrar a visão dos próprios passos; daí a urgência de um comando rigoroso na seleção daquilo que deseja sadio, promissor, no decorrer das decisões.
A seletividade, portanto, impõe-se nos dias atuais qual forma vital de providência ao sistema das escolhas, mesmo que outros queiram despejar pontos de vista, às vezes só sensacionalistas, perversos, dirigidos a interesses particulares do lucro cego e do sadomasoquismo.
O ser humano é quem dá o tom aos impulsos e ações da natureza, poder crescente de capacidade transformadora, desde que usado com a vasta sabedoria propiciada pelas culturas humanas. Que riscos possam impor condições e cuidados, daí não cabe apelação, porém o lugar de pisar maneiro comporta bom senso aos caminhantes. Desespero significa superficialidade nos princípios essenciais à evolução.
Paixões sociais tendem a injetar maneiras novas de orientação, restando nenhuma dúvida, porquanto as disposições inteligentes abrem clareiras na floresta dos obstáculos, facilitando sobremodo viver com prudência face toda época. Quem calcular bem o peso dos objetos será capaz de responder, dentro do tempo certo, aos valores daí decorrentes. A propósito, diz o povo que quem tem olhos fundos chora cedo.
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