Dia 26 de abril de 2015 foi quando desapareceu Audifax Rios, desenhista cearense de marcantes traços, ilustrador emérito de inúmeras publicações de nossos escritores em jornais, revistas, livros, numa produção inesgotável e admirada por muitos.
Audifax nasceu em Santana do Acaraú em 17 de abril de 1946, filho dos escrivães Antônio Sales Rios e Rita Moreira Rios. Cursou o primário no Educandário Santana, o ginasial no Ginásio Santanense e o científico no Colégio João Pontes, em Fortaleza, onde ingressou na TV Ceará, em 1965, como cenógrafo.
Colaborou nos jornais Unitário e Correio do Ceará com textos e ilustrações, desde cedo demonstrando a originalidade do seu talento, indo logo trabalhar em diversas agências de propaganda como diretor de arte.
Em três gestões consecutivas, desempenhou as funções de Secretário de Cultura de sua terra natal, seguindo, nesse meio tempo, o exercício do jornalismo, na qualidade de correspondente do jornal O Povo, órgão em que manteve durante longo tempo uma crônica semanal.
Ilustrador de reconhecida competência, foi parceiro, dentre outros, de Dideus Sales, quando assinou desenhos em livros e discos. Outras participações: na revista Gente de Ação, Canto da Iracema e editou o número zero do almanaque DeUmTudo. Na área das artes plásticas: exposições, coletivas e individuais, destacando-se duas deles sobre a Guerra de Canudos (Canudos não se rendeu e Espinhos de Belo Monte), realizadas no Ceará e na Bahia, e Louvação do Jangadeiro, em Brest, França. Expôs também no Vaticano durante as comemorações do jubileu de ouro das Irmãs Filhas de Sant’Anna. Publicou diversos livros, entre eles a trilogia Memória do Encantamento (Os búfalos de Campanário, Migalhas para as serpentes e Voe comigo quando desmorrer). Editou, ainda, folhetos de cordel e livros infantis. Criou aberturas para os filmes de Rosemberg Cariry: O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto e A saga do guerreiro alumioso. Concebeu selo postal para a ECT sobre o centenário do fim da Guerra de Canudos, como também cartão telefônico (Telebrás) sobre o mesmo assunto. Era membro da Academia de Associação Cearense de Imprensa e secretário (Chiqueirador) do Clube do Bonde e membro honorário da Confraria Chapéu de Couro.
Audifix Rios manteve estreitos laços com o Cariri, apreciador de nossa cultura, onde preservou sinceras amizades. Nesta ocasião, em nome do Instituto Cultural do Cariri e do Memorial da Imagem e do Som do Cariri, aqui registramos o acontecimento de sua morte física, enquanto apresentamos aos familiares e amigos do artista sentimentos de apoio e solidariedade.
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