Reconhecer que há vida neste interior da gente, motivo de buscar contato com o desconhecido através da oração. Mergulhar as águas profundas da alma e avançar subterrâneos dadivosos e geleiras imensas no íntimo do coração, onde habita o senso místico da Razão, espaço multiforme da verdadeira consciência. Sumir aqui dentro de nós e se desconhecer nos padrões externos da vaidade humana. Usufruir a existência que mora no escaninho essencial do sentimento, malhas infinitesimais das verdades puras, fruto das origens do Ser.
Nessas ocasiões especiais sem data e sem agenda, a concentração aceita existir qual dom maior de todos e abraçar o princípio da permanência de ser depositário da justiça. Pegar a nossa mão e nos conduzir aos pastos da Presença, altar onde depositamos apreensões e dúvidas, sagrada fonte da Luz nos mistérios e possibilidades. Entregar dores, mágoas, medos, e perdoar o quanto que se demorou nas decisões a favor do Bem.
Após vagar noites escuras, tortuosas, entre pedras e espinhos, lá um dia a gente chega nos braços carinhosos da grandeza absoluta, nossa Mãe, nosso Pai, destino das jornadas dos milênios e desafios. Nessa hora, há um render sem fim... Uma renúncia dos verbos antigos, praticados no transcorrer de abismos e galáxias, resultado das inúmeras agonias que significaram professores e alunos da escola abençoada de dúvidas e esperas.
Dias claros da oração que nascem intensos nas bênçãos do reconhecimento e na gratidão de estar aqui e ser o que somos, processo em elaboração do segredo maravilhoso de continuar o desenho genial da Criação, sentido de aceitar e viver, amando, participando da elaboração Indizível do instante perene e definitivo.
Assim, pois, depositar às mãos do Eterno o desejo firme do inevitável, expansão da Consciência através de Si mesmo, sacrário esplendoroso dos dotes da Existência plena.
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