Das manifestações
humanas, uma exterioriza nosso conteúdo individual como nenhuma outra. O homem
é a sua palavra. A boca fala do que cheio
está o coração.
Pensamos livres,
porém, após dizermos o domínio do que foi dito não nos pertence mais.
Uma história
ilustra o tema. Filósofo espirituoso, quando indagado, certa feita, a propósito
de qual o mais gostoso dos alimentos, respondeu ser a língua.
- E o pior? -
voltou-se à carga.
- Língua, também -
foi a segunda resposta.
E se justificou
dizendo que a língua pode elevar ou rebaixar, sem apelação, destruindo ou construindo
pessoas, vilas, estados, civilizações inteiras.
Jesus enfatizou nos
seus ensinos a importância da palavra na afirmação clássica: Seja o teu falar sim, sim; não, não,
para mostrar a necessidade ímpar de objetividade no que dizemos.
Jamais falar mal de
quem quer que seja.
Este esboço ligeiro
o fizemos quando organizávamos o que escrever sobre a capacidade que temos de
transmitir aos outros o pensamento por intermédio da voz. Montamos frases,
cadenciamos estruturas de idéias, sentimentos; acrescentamos conceitos de
significados conhecidos. A bela harmonia da fala.
Quantas vezes
deixamos escapar oportunidades preciosas de redirecionamento de vida, por não
usarmos o termo mais conveniente.
Isto sem que
falemos do aspecto mágico, da força que as palavras detêm; pois, no mundo
invisível, as nossas manifestações plasmam valores permanentes. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus, do Evangelho de São João.
Possuímos idêntico
poder provindo da Eternidade para agir pelo condão da voz. Tudo o que falamos
não fica apenas conosco só ou com quem esteja na ocasião (as paredes têm olhos e os matos têm ouvidos) e ganha o espaço
vibracional sem fim, rumo de registros permanentes.
As palavras são
nossas produções mais sólidas, sementes de trevas ou luzes, de realizações
presentes ou futuras.
Quisemos, desta
maneira, esquadrinhar o assunto e apresentá-lo para exame. Caso nunca tenha se
detido antes para avaliar, aqui fica esta sugestão.
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