A prática e os
livros ensinam que o Homem é um ser social. As realizações de cada pessoa por
si só pouco valeriam inexistissem respeito e aceitação das demais. A
desobediência, pois, dessa característica produzirá esplendoroso fracasso.
De tais avaliações,
vamos desenvolver mais outras idéias, como se segue.
- Quantos se fecham
nas torres particulares, exclusivos fantoches, esquecendo ruas, praças e
periferias? Ainda na pré-história, surgiram os primeiros clãs. Unidos somaríamos
forças; isto sem o contributo de que trocar experiências, dada a proximidade,
traria rápidos avanços.
Hoje, no entanto,
passados milênios, lições se desvirtuaram. Grupos reduzidos sumiram nos guetos
privilegiados, com a posse da riqueza, e reclamam, por isso, preço extorsivo,
impossível de ser pago. Teóricos denominam de neocolonialismo igual
procedimento. Numa sequência de
eventos, o progresso das comunicações, aprimorado em duas guerras mundiais,
desfez fronteiras; o planeta mereceu daí vistoso título: aldeia global (Marshall Mcluhan, década de 70). Caso essa unidade
fosse apenas do ponto de vista cultural e ver-nos-íamos plenos de evolução,
livres de barreiras ou distâncias. Todavia a alma se fez pequena, por demais,
qual malícia contraída, como para se defender das impossibilidades abertas,
respostas muito contraditórias de quem
tanto pedia amor e solidariedade.
Desde então cresce
a máquina destrutiva e os arsenais se ampliaram muitas vezes nos países ricos,
só comparáveis, em escala, às necessidades nos países pobres. Um fosso gigantesco
separa Norte e Sul. Donatários e cativos. Nobres afortunados e alimárias
tropeçantes, sob um astral que se nutre de vagas promessas, tratados,
conferências, conselhos, conversações, alianças, planos, empréstimos, juros; as
palavras no lugar das atitudes. Papéis no lugar de pão. Paliativos, no lugar da
cura. Esquecidos, descemos no mesmo trem, rumo da Natureza perene, inexorável,
sóbria, justa.
Essas coisas
avançam feito fogo de mato seco nos desvãos da caatinga. Nomes que recebem se
envultam pelo infinito: fome, recessão, hiperinflação, guerra, miséria,
carestia, desemprego, violência, criminalidade; faces de monstro poliédrico que
supre jornais, rádios, televisões, livros e revistas.
- Quando surgirá
vontade política de fazer diferente? - indagamos a uma só voz, no anseio de
vencer o medo nesse temporal.
- Existirá ainda
tempo quando o Sol vier para todos? (Causa do defeito: as desigualdades
econômico-financeiras). Deus sabe; saberá toda consciência..
.
(...) Pois o
egoísmo atrofiou gerações inteiras no passado; no presente, atrofia. Luzes
isoladas em catacumbas, coordenação de maiorais impiedosos. Gritos abafados,
vozes ao vento, tintas derramadas. Uma irresponsabilidade global que ninguém
quer assumir. O argueiro no olho do outro. Enquanto que, num ritmo pulsante, se
arrasta o verde para deserto inóspito.
Nas cidades
(núcleos), há bandeiras para cada gosto. Fazes
por ti que os céus te ajudarão. Detalhes influenciam (determinam) o todo.
No cotidiano, a participação atenta, forma de trabalho e atuação comunitária.
Agir, sem trégua. Nas eleições, o voto clínico.
Quanto aos
dirigentes, afamados representantes do povo, a eles cabe puxar o pavio no
sentido da correção (liderar significando encaixar os problemas em reais
soluções).
Incrível como o tempo passa e quase nada mudou, ou seja mudou para pior. Aliás nesta data muitas mudanças já ocorriam, nós é que não sabíamos. Hoje grande parte veio a tona, só não podemos ainda saber como será o desfecho.
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