terça-feira, 4 de setembro de 2012

Esforço eficaz



A prática e os livros ensinam que o Homem é um ser social. As realizações de cada pessoa por si só pouco valeriam inexistissem respeito e aceitação das demais. A desobediência, pois, dessa característica produzirá esplendoroso fracasso.
De tais avaliações, vamos desenvolver mais outras idéias, como se segue.

- Quantos se fecham nas torres particulares, exclusivos fantoches, esquecendo ruas, praças e periferias? Ainda na pré-história, surgiram os primeiros clãs. Unidos somaríamos forças; isto sem o contributo de que trocar experiências, dada a proximidade, traria rápidos avanços.

Hoje, no entanto, passados milênios, lições se desvirtuaram. Grupos reduzidos sumiram nos guetos privilegiados, com a posse da riqueza, e reclamam, por isso, preço extorsivo, impossível de ser pago. Teóricos denominam de neocolonialismo igual procedimento. Numa sequência de eventos, o progresso das comunicações, aprimorado em duas guerras mundiais, desfez fronteiras; o planeta mereceu daí vistoso título: aldeia global (Marshall Mcluhan, década de 70). Caso essa unidade fosse apenas do ponto de vista cultural e ver-nos-íamos plenos de evolução, livres de barreiras ou distâncias. Todavia a alma se fez pequena, por demais, qual malícia contraída, como para se defender das impossibilidades abertas, respostas muito contraditórias  de quem tanto pedia amor e solidariedade.

Desde então cresce a máquina destrutiva e os arsenais se ampliaram muitas vezes nos países ricos, só comparáveis, em escala, às necessidades nos países pobres. Um fosso gigantesco separa Norte e Sul. Donatários e cativos. Nobres afortunados e alimárias tropeçantes, sob um astral que se nutre de vagas promessas, tratados, conferências, conselhos, conversações, alianças, planos, empréstimos, juros; as palavras no lugar das atitudes. Papéis no lugar de pão. Paliativos, no lugar da cura. Esquecidos, descemos no mesmo trem, rumo da Natureza perene, inexorável, sóbria, justa.
Essas coisas avançam feito fogo de mato seco nos desvãos da caatinga. Nomes que recebem se envultam pelo infinito: fome, recessão, hiperinflação, guerra, miséria, carestia, desemprego, violência, criminalidade; faces de monstro poliédrico que supre jornais, rádios, televisões, livros e revistas.

- Quando surgirá vontade política de fazer diferente? - indagamos a uma só voz, no anseio de vencer o medo nesse temporal.

- Existirá ainda tempo quando o Sol vier para todos? (Causa do defeito: as desigualdades econômico-financeiras). Deus sabe; saberá toda consciência..
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(...) Pois o egoísmo atrofiou gerações inteiras no passado; no presente, atrofia. Luzes isoladas em catacumbas, coordenação de maiorais impiedosos. Gritos abafados, vozes ao vento, tintas derramadas. Uma irresponsabilidade global que ninguém quer assumir. O argueiro no olho do outro. Enquanto que, num ritmo pulsante, se arrasta o verde para deserto inóspito.

Nas cidades (núcleos), há bandeiras para cada gosto. Fazes por ti que os céus te ajudarão. Detalhes influenciam (determinam) o todo. No cotidiano, a participação atenta, forma de trabalho e atuação comunitária. Agir, sem trégua. Nas eleições, o voto clínico.

Quanto aos dirigentes, afamados representantes do povo, a eles cabe puxar o pavio no sentido da correção (liderar significando encaixar os problemas em reais soluções).

Um comentário:

  1. Incrível como o tempo passa e quase nada mudou, ou seja mudou para pior. Aliás nesta data muitas mudanças já ocorriam, nós é que não sabíamos. Hoje grande parte veio a tona, só não podemos ainda saber como será o desfecho.

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