Dia desses, num
comentário dos que gosto de rascunhar, A
dor para Buda, afirmava que guarda o pensamento estreita relação com o
sofrimento humano. Do pensar vem o desejo e da não realização do desejo advém a
dor. Porém se sabe que o pensamento, segundo os místicos, representa atributo
essencial do espírito. Contudo há que ser dominado, burilado, invés de deixá-lo
só solto, de bobeira, a dominar, dar as cartas à sua maneira.
Através do pensamento o
eu exerce o discernimento na escolha, fator fundamental para exercício da
liberdade. Enquanto a consciência, esta trabalha na terra de ninguém faixa de fronteira entre o finito e o infinito,
bem onde vivemos nós, a todo tempo, síntese da existência individual.
Pelo pensamento livre encaminhamos
a vontade na seleção das duas escolhas entre o possível e o necessário. Pensamento lúcido, fator de ponderação e
conhecimento.
Sem querer mergulhar
mais ainda nas entranhas do existencialismo moderno, o resumo disso que falei significa
o exercício da mais pura liberdade. Somos o que fazemos de nossa liberdade por
meio da vontade, pois.
No objetivo de responder
ao enigma da existência, drama milenar dos seres racionais, permanente a cada fração
de instante, conduzimos as escolhas nos praticados, o primado da vontade,
porquanto o eu é a liberdade feita prática de vida, concretização da verdade
pessoal.
Na realidade, aquilo
denominado existência permite, desta forma, a crise de viver para escolher,
ação possível antes de acontecer; e definitiva logo no momento seguinte depois
de concretizada a escolha. Tal aflição recebe nomes diversos, quais angústia, desespero, absurdo.
Quanto a esse gesto de lançar mão da oportunidade no exercício da liberdade, ele
requer a missão do pensamento, o farol clareador dos caminhos da consciência em
ação.
Conquanto espelhe a
vontade na ação da prática da liberdade, nisso aprender a pensar denota corpo valioso
de instrumento poderoso. Refletir, portanto, na tomada das decisões (antessalas
das escolhas) alimenta o sistema da consciência e produz melhores e compatíveis
resultados de valor ideal com o direito da liberdade.
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