domingo, 9 de setembro de 2012

A lanterna da consciência



Dia desses, num comentário dos que gosto de rascunhar, A dor para Buda, afirmava que guarda o pensamento estreita relação com o sofrimento humano. Do pensar vem o desejo e da não realização do desejo advém a dor. Porém se sabe que o pensamento, segundo os místicos, representa atributo essencial do espírito. Contudo há que ser dominado, burilado, invés de deixá-lo só solto, de bobeira, a dominar, dar as cartas à sua maneira.

Através do pensamento o eu exerce o discernimento na escolha, fator fundamental para exercício da liberdade. Enquanto a consciência, esta trabalha na terra de ninguém faixa de fronteira entre o finito e o infinito, bem onde vivemos nós, a todo tempo, síntese da existência individual.

Pelo pensamento livre encaminhamos a vontade na seleção das duas escolhas entre o possível e o necessário. Pensamento lúcido, fator de ponderação e conhecimento. 

Sem querer mergulhar mais ainda nas entranhas do existencialismo moderno, o resumo disso que falei significa o exercício da mais pura liberdade. Somos o que fazemos de nossa liberdade por meio da vontade, pois. 

No objetivo de responder ao enigma da existência, drama milenar dos seres racionais, permanente a cada fração de instante, conduzimos as escolhas nos praticados, o primado da vontade, porquanto o eu é a liberdade feita prática de vida, concretização da verdade pessoal.

Na realidade, aquilo denominado existência permite, desta forma, a crise de viver para escolher, ação possível antes de acontecer; e definitiva logo no momento seguinte depois de concretizada a escolha. Tal aflição recebe nomes diversos, quais angústia, desespero, absurdo. Quanto a esse gesto de lançar mão da oportunidade no exercício da liberdade, ele requer a missão do pensamento, o farol clareador dos caminhos da consciência em ação.

Conquanto espelhe a vontade na ação da prática da liberdade, nisso aprender a pensar denota corpo valioso de instrumento poderoso. Refletir, portanto, na tomada das decisões (antessalas das escolhas) alimenta o sistema da consciência e produz melhores e compatíveis resultados de valor ideal com o direito da liberdade.

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