Eis o nome com que
Hegel classificou a Filosofia, tema indicado ao entardecer da jornada terrena
dos humanos, quando a coruja (ave de Minerva, da mitologia grega), acende avista
na solidão do escuro e principia examinar o cenário das matas, ávida de ver os
segredos da Natureza. Nessas horas de calma obrigatória dos elementos, antes os
pássaros correram aos ninhos, o gado retornara ao aprisco, deitados no
horizonte raios derradeiros da luz do Sol. Assim noite inicia cobria de sombras
e estrelas o teto das tantas cores do universo terreno.
As corujas simbolizam,
por isso, luzes na busca incansável de respostas do Autor desconhecido, fulgor
das descobertas, o campo dos mistérios, desejos e amores à sabedoria, perguntas
indevassáveis a comuns mortais.
Mergulhadores de águas fundas, seres examinam
incansáveis descobertas e anseiam libertação, imortalidade e essência. O foco
da filosofia representa bem tais considerações da consciência, no trabalho das
respostas definitivas.
A função humana do
conhecimento libera frutos a germinar diante do furor dessas transformações.
Raros aceitam duvidar das puras aparências e invadir o purgatório dos sonhos,
na aventura interior das avaliações derradeiras, nas mil folhas da alma.
Essa ave lembra isso,
o deslizar suave do voo através das horas adormecidas, trânsito de profundas
dimensões e paisagens extremas. Olhos esbugalhados presos no vazio absoluto dos
nadas calmos, abrirão às possibilidades infinitas a coruja silenciosa e insone.
Conquanto esquisita, dela
quem acostuma os olhos imagina histórias transcendentais. Há notícias de
suposições a respeito da força que possui nos contos populares mundo afora.
A Minerva dos gregos
seria Palas Atena para os romanos, que mantiveram essa ave por companhia,
retrato fiel do Si mesmo na insistente vontade da completa revelação.
Então, o filósofo
alemão Friedrich Hegel, lá certa vez, considerou que: Quando a filosofia pinta cinza sobre o grisalho, uma forma de vida já
envelheceu e, como cinza sobre cinza não se pode rejuvenescer, apenas
reconhecer; a coruja de Minerva alça o seu vôo somente com o início do
crepúsculo.
...
Nisso, o Rei dos
astros dominará os firmamentos quando mãe coruja guarda consigo as lições
daquela noite, provisão com que alimentará a mesa dos viventes no decorrer do
novo dia.
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