Havia chegado ao Colégio Diocesano naquele mesmo ano de 1959, quando passara no Exame de Admissão ao ginásio, provindo do Ginásio São Pio X, que, então, oferecia apenas o curso primário. Desde cedo notava a personalidade forte de Padre Montenegro, o diretor do colégio, sempre em movimento pelas salas e ligado aos acontecimentos em volta, que chegaria a mais de 50 longos anos de serviços prestados ao ensino cearense. E naquela manhã do dia 07 de setembro, me chamara a ficar ao seu lado no palanque armado na sacada do Diocesano, no alto das escadarias, defronte à Avenida Duque de Caxias, esquina com a Rua Nélson Alencar. Dali presenciaríamos o desfile cívico-militar alusivo ao Dia da Pátria.
Conto isto porque ao nosso lado, naquela manhã ensolarada,
estava Gustavo Barroso, emérito escritor cearense e amigo pessoal do sacerdote.
De estatura elevada, moreno forte, calvo, alegre, trajava terno cinza claro e
desenvolvia animada conversação com seu amigo e diretor da minha escola. Na
ocasião, eu, menino de dez a doze anos, tive oportunidade de ser a ele
apresentado pelo Padre Montenegro, junto de quem estávamos. Só mais adiante
conheceria algumas de suas obras, hoje clássicos da literatura cearense, quando
vim a saber que naquele mesmo ano Gustavo Barroso iria completar seus dias aqui
conosco. Agora, lembro com respeito o raro momento de haver visto de perto tão destacada
presença, pessoa reconhecida e respeitada nas letras da Língua Portuguesa pelo
quanto realizou na pesquisa histórica e etnográfica da nossa gente.
...
Gustavo Adolfo Luís Guilherme Dodt da Cunha
Barroso (Fortaleza, 29 de
dezembro de 1888 - Rio de
Janeiro, 3 de dezembro de 1959)
foi um advogado, professor, museólogo, político, contista, folclorista, cronista, ensaísta e romancista brasileiro.
É considerado mestre do folclore brasileiro. Foi o primeiro
diretor do Museu Histórico Nacional e um
dos líderes da Ação Integralista Brasileira,
sendo um dos seus mais destacados ideólogos. Wikipédia
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