Isto do quanto existe dentro das criaturas, ora transformado
em razões de estar aqui, perguntar por si mesmo, juntar os motivos que lhes
trouxeram desde então, faz deles seres talvez deixados no mistério das espécies
e submersos neste oceano de possibilidades, nas perguntas mil das luzes em
movimento. Porém mínimas ausências que persistem naquilo que restou das tantas
horas, a ferir de vivências os sons das almas absortas.
Estes que tocam adiante o destino e sustentam planos de
felicidade... Motejadores daquilo que antes foram, só assim persistem nas
próprias recordações, a fazer disso o senso da presença que conduzem. São
muitos, infinitos, por certo, em vultos a deslizar pela superfície dos mementos.
Falam vozes arrevesadas, dotam as paisagens de cores surreais superpostas, no
desejo de continuar. Criam farpas nos corpos, nas escadas onde avançam a duras
penas. Enquanto, ao sabor das visões, apenas distinguem a Eternidade nos entes
que sejam e se assuntam de tantos sonhos.
Destarte, entre sentir e permanecer, escutam a música do
vento, conquanto saibam muito mais daquilo que ouçam. Isso de guardar as
gravações do que houve e viveram define a valer o critério de todos quantos
existam. Conservam no íntimo a tonalidade das palavras, os dias passageiros e essa
vontade instintiva de permanecer grudados nas abas do Infinito; quisessem,
todavia, merecer tal sorte. Ninguém há que escute com clareza plena o ritmo das
estações e abrace a leveza de responder às interrogações que transporta ao
preço de sobreviver.
(Ilustração: copilot.microsoft.com).
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