A bem dizer numa distância infinita elas vivem umas das outras. Mas o espaço é que persiste aqui desde sempre. Ao dizer isto, nalgum lugar se formam novas imagens e nascem novas palavras. Vive-se disso, portanto, de um dizer sem conta ao largo dos rios do Universo e suas paisagens estonteantes. As próprias horas nisso desfazem seus cantos, suas pulsações. E em seguida refazem no tempo o instinto de existir, de sonhar quando assim não acontece de seguirem adiante, porém. Palmilham ao Sol e regressam a outras galáxias na mesma intensidade das existências. Em contraste ao silêncio, sobrevivem diante do presente, nisto construindo imagens sem conta, feitas de formas e cores, letras e fôlegos.
Descritas tais possibilidades, agora resta tão só o ser em si, no deserto imenso de tudo que há e haverá. Nós, a junção desse nada e tudo, em movimento na crosta do Infinito. Expostos às ausências constantes dessa fagulha de estar aqui, sorriem, contudo, aos olhos do definitivo e, por vezes, qual padecem desse motivo original. Longos transes acontecem no pequenino território das almas,cobertas de verdades antes desconhecidas.
Saber-se-á, decerto, aonde reviver esses sonhos inigualáveis de quantos ligados a existir sem propósitos nítidos. Sustentam a lâmina do mistério de contar as histórias ou as aconchegam ao coração. Foram tantos em surgir e desfazer-se em luzes que gritam o sentido disso pelos nos céus e, de uma hora a outra, mostram a hora da sobrevivência definitiva.
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