Para mim, é a literatura um passaporte ao país da imaginação.
E neste livro, com que abuso das
minhas prerrogativas diplomáticas, literárias, no caso do dizer aquilo que venho
colhendo nos caminhos de uma jornada interior dentro de minha história de vida.
Coloquei, com prioridade, cadeira na
fronteira entre a realidade e o imaginário, e anotei, passo a passo, o fio do
que ali desfilava, cortejo diverso, esquisito, às vezes, da matéria prima que
jamais cansa de alimentar o território dos sonhos.
Daí, rompendo a neutralidade
característica dos que apenas observam e não participam, fiz valer a disposição
de recolher no papel os elementos, os sinais da liberdade, pela escrita
rotineira.
Quais brotos diletos da
inexistência e da memória, construí, assim, livro qual ponte que pretende
reunir duas solidões, a minha e a dos que o leem, ação humana de combater ao
desespero fruto do isolamento, pelo ato contínuo das palavras, a eternizar no
tempo a mágica do papel.
Só isso, atitude que pretende
romper o cristal da inutilidade das coisas que fogem, diante do poder das
palavras e das pessoas. Um livro, uma vela, um navio, vidas que vêm e que vão
no acaso das existências.
João Pessoa, Paraíba, 18 de
novembro de 2006.
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