terça-feira, 22 de julho de 2025

Para mim o livro


Para mim, é a literatura um passaporte ao país da imaginação.

E neste livro, com que abuso das minhas prerrogativas diplomáticas, literárias, no caso do dizer aquilo que venho colhendo nos caminhos de uma jornada interior dentro de minha história de vida.

Coloquei, com prioridade, cadeira na fronteira entre a realidade e o imaginário, e anotei, passo a passo, o fio do que ali desfilava, cortejo diverso, esquisito, às vezes, da matéria prima que jamais cansa de alimentar o território dos sonhos.

Daí, rompendo a neutralidade característica dos que apenas observam e não participam, fiz valer a disposição de recolher no papel os elementos, os sinais da liberdade, pela escrita rotineira.

Quais brotos diletos da inexistência e da memória, construí, assim, livro qual ponte que pretende reunir duas solidões, a minha e a dos que o leem, ação humana de combater ao desespero fruto do isolamento, pelo ato contínuo das palavras, a eternizar no tempo a mágica do papel.

Só isso, atitude que pretende romper o cristal da inutilidade das coisas que fogem, diante do poder das palavras e das pessoas. Um livro, uma vela, um navio, vidas que vêm e que vão no acaso das existências.

 

 

João Pessoa, Paraíba, 18 de novembro de 2006.  

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