Outros tempos se não aqueles guardados na memória. Movimentos inesperados de automóveis, motos, caminhões. Ruas sem par. Um único céu e tantos valores em ação. Consciências. Trajes. Pessoas feitas habitantes desse imenso continente. Horas. As lojas. Os animais entontecidos na força do vento que circula. Tudo lembra lá de quando as horas passavam suavemente pelas folhagens, ao som dos pássaros, dos raros artistas que cantavam nas esquinas quantas e tantas vezes. Uma paisagem por demais perdida nas hostes do Infinito que tende a regressar na memória e dizer das histórias deixadas pelas calçadas,
isso que só agora revive o tempo nos restos de ilusões
cicatrizadas dentro das gentes, de olhos vazios. Sei, são fragmentos desses
mesmos intervalos que alimentavam toda gente, e resistem de contar a razão do que
existiu, porém. Talvez ritmos alucinados de grupos de forró, acordes soltos de melodias
inacabadas, presas na garganta dos derradeiros foliões de carnavais antigos. Nesses
escafandros, braços estendidos a outras dimensões, eles transcorrem os sinais e
abandonam aos sóis seus restos das mesas ali da véspera.
Vemos isto na face das criaturas, elas que interrogam de si
o que jamais quiseram saber. Tocam as peças desse jogo enigmático, contudo
longe de responder a que vieram, no entanto. Mas escutam fagueiras as vozes do
silêncio, estalam dedos nas cordas dos instrumentos e repetem os velhos sonhos devorados
pelos momentos. Quais quem apenas observava o desfile das tradições,
desaparecem no mistério, ausentes que foram daquilo que os trouxe até aqui.
Assim os dias escorrem nas distâncias e amadurecem as
estações, os firmamentos, as cores... Houvesse maiores motivos, decerto viveriam
as circunstâncias de escutar as lições que deles imperam os filmes, os amores,
nas silhuetas que transitaram pelos acontecimentos, instrumento de iluminar o Sol
noites a fio.
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