quarta-feira, 12 de julho de 2017

O barroco da Iluminação

Inícios de tarde deste julho frio que atravessamos no Cariri e visitei a exposição O onírico não estabelece fronteiras, do artista caririense Lupeu Lacerda, em andamento na galeria do quarto andar do Centro Cultural Banco do Nordeste, em Juazeiro do Norte. Uma viagem através de mundos siderados, esdrúxulos e espasmódicos. Misto de artesania com delírios, são quadros inomináveis, circunspectos, de outros universos que não este do mistério daqui que vivemos sob o tédio das repetições.

Lupeu, sim, desmergulhou com força do âmago de sua própria história dos inúmeros passados e trouxe ao panorama da visão crítica o que conseguiu apurar, o que podemos classificar de, no mínimo, instigante naquilo que achou por bem transmitir aos outros mortais. Buscou nos minérios internos da alma o que houvesse de mais desafiador do tanto quanto conheceu em aventuras errantes, e lapidou, construiu, na soma de duas técnicas, o biscuit e o óleo, às vezes sobre tela, doutras em madeira; ora em círculos, ora em quadros ou retângulos. Causou algo de insólito e rumoroso em painéis de cobre acetinado, o que significam suas obras.

Na visão do pintor-artesão a jornada prossegue nas denominações das peças: O velho príncipe volta para casa. Tábua de Esmeraldas. Chuva de dados. Kariri. Nossa Senhora das Armas. Aqualung. Sétimo selo. Pacha Mama. Nos corredores sombrios do seu Inconsciente e dos tempos recentes da arte, transforma pedaços de si nos apelos visuais quase que agressivos e zombeteiros que traz a lume, ação de revelar o que lhe veio aos sonhos.

Ele, que também produz versos e contos, entremeia sagrados e psicodélicos, também neste seu momento dagora, porquanto lá antes, em Petrolina PE, já promovera, juntamente com Guto Bitu, a exposição Sacrodélico

Indicado a quem deseja renovar o guarda-roupa da imaginação, a mostra permanecerá em cartaz no BNB Cultural de Juazeiro do Norte CE até 09 de agosto do corrente.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário