quarta-feira, 19 de julho de 2017

No dia em que me reconciliei com Deus

Quando perguntaram a um sábio qual o sentido da vida, ele, de pronto, respondeu: - É a vida.

Às vezes, a gente se torna exigente demais com a gente mesma, e esquece viver. É bem isto. Aceitar sem teimar as condições que estão aqui e agora.

Viver é diferente de perguntar, de falar, de querer, de insistir. É viver, pois. É isto que está aqui. Parar e olhar em volta o quanto a vida é bela, e completa. Quando perguntam a um sábio qual o sentido da vida, ele, de pronto, responde: - É a vida - de comum, a gente é quem inventa o que seja descompasso.

Ser feliz é ser. Ser pra merecer. O mais vem por acréscimo, qual música boa.

E lá um dia, ao morder num chocolate meio amargo, olhos fixos ao sabor inevitável de querer viver com arte, a arte dos chocolates meio amargos, nascerá de dentro a boa disposição de aceitar as condições de ser livre e dominar os conceitos que ensinaram em forma de sacrifício religioso, e vê que o Paraíso é vizinho da casa em que habitávamos há milênios. É só estirar a mão e comer maças, sapotis, ameixas; aspirar e sentir o perfume de todas as flores cheirosas; olhar o firmamento e pular de contente ao som das melhores músicas, festa no terreiro das folias. Olhar nos olhos das pessoas e saber dos que nos veem com carinho, gostam da gente com a mesma felicidade com que a elas nós olhamos. Pulamos de louvor e cantamos as canções que tocam o coração. Dias de plenitude luminosa. 

Por isso o amor vive solto no tempo e também nos segredos da alma, por vezes escondido, tímido, calmo, esperançoso. O maestro desta vida somos cada um, força do poder da soberania de um Pai grandioso que escolheu que sejamos assim felizes de ser seus filhos. Nisso, meio desconfiado, meio satisfeito, abrimos os braços e abraçamos emocionados o pai, que de há muito esperava nosso abraço mais saboroso.

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