quinta-feira, 27 de julho de 2017

Degraus do Paraíso

Houvesse razões menores, ninguém gastaria vidas e vidas nos grotões de perdição que resfolega o espaço das horas, porém querer sonhar virou a hipótese mais importante deste século XXI de tantas contradições, irresponsabilidades e outras histórias contadas pela metade em meio à fumaça dos guetos. É tanto que inventaram outros equipamentos de controle populacional, face ao gesto de usar tudo quanto possível de viajar no tempo do delírio nas naves menos indicadas pela mídia dominante. Milhões, bilhões de almas depositaram confiança nas cartas menores do Tarô e vivem, por isso, o estranho hábito de morrer e matar antes da hora prevista, eles, os animais dos vales, e destruir as florestas em chama. Largaram de lado o imprevisível das indústrias bélicas e dos alimentos químicos. Puseram em xeque o fluir natural dos instantes sagrados. Cruzam mares nos piores veleiros deixados em troca dos tais paraísos artificiais e sensações outras, cigarros fortes e possibilidades fracas.

Nisto, somem pela bruma dos céus as chances de chegar ao real merecimento. A escadaria se desmancha na saudade do objetivo. O gesto de receber de Deus a Revelação transformadora de noviços em santos resta quase em crise pessoal, que ficou das existências que insistem querer felicidade através das vias anormais. O senso comum este até que admite poder ultrapassar o além da imaginação, desde que nas tecnologias da programação e invada, na marra, os fossos da alucinação. Rituais de magia humana quer tomar o reino da Justiça na força bruta das incompreensões. Daí virar vontade perdida os páramos da ausência do sentimento. Ninguém parece amar ninguém. Todos querem vencer o eterno sem ultrapassar os portões do Apocalipse. E durma e ainda queira sonhar...

O preço disso nem profetas sabem, hoje em dia. Enfileirados nas longas avenidas, esses atores do imprevisível trocam passos, adotam normas de comportamentos de feras que só acalmam o desespero nos dias seguintes. Mundo de ferro e cimento; fervor e terapias. Logo ali depois do outro lado da ponte, num casebre abandonado, mora feliz o guia da Paz, bem aqui no coração das sementes e das pessoas.                            

2 comentários:

  1. Quando não temos a realidade, temos uma saída: sonhar. E por que não? Enquanto sonhamos nossa Alma navega pelos caminhos retor e tortuosos, feito o vento que sem visto ser, circula pelos lugares inimagináveis. Não é o melhor mas é o que tem...

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  2. Deus seja guia, acalme o seu coração, seu espírito seja iluminado. Você homem de fé e de paz estará sempre acompanhado pelo anjo do Senhor que lhe protege e guarda.

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