domingo, 30 de julho de 2017

A força da Paz

Lembro um tempo em que aceitar a leveza das coisas simples se tornou atitude distante, naquela geração recém-saída dos impulsos adolescentes, e eu ali no meio deles, dos meus amigos, queria demonstrar força de vontade, adotando surrados princípios materialistas. Fugia das religiões por determinações da moda. Ler a vida dos santos era algo fora de propósito. Crer nos princípios da bondade qual norma de fé seria estapafúrdio, longe, lá longe do que pregavam os credos ideológicos que mais pareciam haver descoberto a fórmula de nova Revolução Francesa no interior do Brasil. Época de mexer nos miolos dos antigos postulados atirados na lama do esquecimento. 


E segui batendo cabeça naquelas contradições e falta de respeito que a tudo quisessem destruir, levar no eito irracional da violência. O mundo virava de ponta cabeça, com a guerra impondo condições miseráveis a qualquer sonho de pacificidade. Andávamos tontos na face de juventude arrebatada pelos desesperos bravios das estradas fechadas, sem fim, sem esperança, sem nexo. Vagávamos cheios de vontades imensas de quem terminaria na ausência dos destinos de continuar, ideias abandonados nos mangues das despedidas melancólicas. Aonde foram eles, aqueles paladinos de cucas maravilhosas? Sumiram nas saudades, ficaram órfãos muitas vezes por conta da macroestrutura desumana que chagava ao poder, ou dele nunca se afastara.

Hoje, no entanto, vozes falam claras aos ouvidos que apenas começávamos a longa jornada pela vida espiritual, de querer ser salvo deste chão pegajoso, que apresenta em si a face da salvação, jovens e veteranos que só agora se apegam aos dons reais da profecia. Enquanto isto, valores bem mais sólidos ora consistem noutras formações em que impera o desejo franco de refazer os caminhos e alimentar novas histórias. Chegavam ali os arautos da saúde, da boa alimentação, os mártires da nova Humanidade, que criariam as primeiras gestas da Paz vindoura. Medos e culpas comprimiram seus dedos amolados sobre as velharias do passado, e foram apenas a grandiosidade do Amor que quer dominar o Universo. Foram precisas décadas a que isto pudesse acontecer, e me faz, aos poucos, reviver os sonhos de Paz que tanto alimentávamos há quanto tempo. Hoje, mais que nunca, são pura necessidade e razão de sobrevivência. 

Um comentário:

  1. Podemos tornar nossa vida leve, suave, desprovida de tantos "nãos",. Pensemos sempre de forma positiva diante dos desafios que a vida nos impõe e muitas vezes está bem próxima de nós a solução que buscamos lá fora, distante do que construímos. Ninguém passa por essa vida livre das inteperes do chamado destino. Cabe a cada um de nós, encontrar a melhor forma de supera-las. Quem sabe não está aí a paz que tanto buscamos.

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