quinta-feira, 20 de abril de 2017

Compaixão

Diante de circunstâncias por vezes adversas temos de pensar além de nós. São dores atrozes que raiam todos os limites da capacidade humana de resistir. Quais seres pequeninos que já somos, exigem respostas de continuar a peleja desta vida. Sobreviver face tudo, inclusive aos extremos de suportar a vulnerabilidade. A quem elevar os olhos da alma? Depositar o tempo e viver em paz? Nisto é a hora de erguer a fome de amar, razão principal do percurso das vidas. Salientar dentro do Ser de que somos parte o direito da conformação. Pouco importa nomes, endereços, tempestades, há de haver conformação. 

Nesse duelo entre a dor e o amor existe vida. Nós existimos bem ali. Testemunhas dos dramas universais da consciência em desenvolvimento, nessa hora descobrimos o quanto valem bons sentimentos, a força da compaixão, da aceitação da dor qual instrumento de revelação da Eternidade em nós. Vêm daí as buscas, os segredos sussurrados nas religiões, os pousos das escolas que ensinam trabalhar a si mesmo por meio do autoconhecimento. 

Aceitemos que existem mistérios a serem descobertos. Isto significa humildade. Admitamos o quanto ainda temos a aprender no espaço que resta até chegar à Perfeição, à realização pessoal, e aos poucos alguma claridade nos envolverá. Obedecer com esforço o peso da cruz em nossos ombros representa, pois, o dever que nos cabe nessas horas.

Porém jamais desistir de aceitar a bondade qual motivo de viver tudo e todos os momentos. Nem de longe contar a fuga dentre os elementos à disposição. Só amar, e amar muito, de olhos abertos ao poder monumental da Natureza de que nós somos e conduzimo-nos aos Céus.

Uma entrega absoluta, sem precedentes, sem condicionamentos. Eis o que compete aos deuses em elaboração que despertam a todo momento.

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