segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Tiago Araripe


Somos amigos desde a década de 60, no auge dos movimentos que convulsionaram a cultura mundial, época da geração beat, hippies, rock, tropicalismo, psicodelismo, de tantas outras manifestações e reviravoltas que resultariam em profundas mudanças, que hoje empalideceram durante o atual momento da civilização de massa.

Líamos autores quais Jean-Paul Sartre, Hermann Hesse, Herbert Marcuse, Ray Brandbury, Erkine Caldwell, Louis Pauwels & Jacques Bergier, nomes que marcaram nossa formação de andarilhos e sonhadores. Viajamos nas asas da literatura de ficção, no cinema de autor e na música pop, pelas estrelas que fizeram a cabeça dos revolucionários daquele tempo de grandes definições. Adiante, os senhores hoje no poder ganhariam as batalhas da dominação, mas a luta seguirá através dos arautos da arte que insistem fomentar a Esperança.

Acompanhei o gosto de Tiago Araripe pelo violão e presenciei suas primeiras experiências de composição, algo nos moldes da criatividade diferente e rica que já observava nos seus textos plásticos inovadores. É bom escritor, herdeiro de valiosos autores das letras no Cariri, José de Figueiredo, o pai, e José de Figueiredo Filho.

Ainda na adolescência nos aproximamos. Ele viveu em Recife, quando, com o grupo Nuvem 33, participou da vanguarda artística pernambucana. Desde então, graças ao talento que bem lhe caracteriza, Tiago vem marcando presença na música brasileira. Trinta anos após sua participação no movimento Lira Paulistana e o lançamento de seu LP Cabelos de Sansão, o cantor e compositor cearense lança neste início de 2013 o Baião de Nós, um álbum que reúne composições feitas ao longo desse período e, principalmente após o relançamento de Cabelos de Sansão em CD, em 2008, pelo selo de Zeca Baleiro, o que o instigou a voltar a compor. Baião, maracatu, reggae e rock se misturam em Baião de Nós, que traz onze composições inéditas.

Lançado pela Candeeiro Records, com produção e participação especial de Zeca Baleiro, Baião de Nós foi gravado com uma banda montada especialmente para o projeto, formada por guitarra, baixo, bateria e percussão, além de inserções de teclados e sopros.

A sua voz doce e suave, que um dia Augusto de Campos comparou ao timbre dos trovadores provençais, é outra marca de Tiago Araripe.

No dia 09 de março, ele virá ao Cariri a fim de promover o lançamento do mais novo trabalho, através de espetáculo ora em fase de montagem.

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