quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O soldadinho do araripe


A escrita busca atender aos anseios do coração, impulso que traz alegria, uma vez que fazê-lo constrói amizades no correr de palavras e pensamentos. Nesta hora, o gosto de contar requer novidades. Daí querer falar a propósito do Projeto Soldadinho do Araripe, desenvolvido no Cariri pelo casal Weber Girão e Karina Linhares, verdadeiros missionários das ciências biológicas nessa região de natureza e clima privilegiados.

De início, apenas o ícone desse pássaro soldadinho tocava minhas impressões, uma ave pequena, de penugem branca e vermelha, algo parecido com o galo-campina, guardadas as diferenças bem substanciais que só depois viria conhecer. Língua-de- tamanduá, assim denominam as populações locais, devido a sonoridade do canto. Outros chamam de galo-da-mata, ou lavadeira-da-mata.

Adiante, face às ligações com o Instituto Cultural do Cariri, sede em que eles funcionam, soube do quanto os dois cientistas estudam e divulgam mundo afora da espécie de pássaro, inclusive registrada por Weber junto à Ciência oficial, isto a nível planetário, constando dos compêndios ornitológicos de qualquer centro acadêmico.

As razões da importância dessa família de ave, cuja fêmea possuía plumagem verde oliva fechado, levaram em consideração o desempenho típico de escolher viver próximo dos mananciais de água, isto nas encostas da Chapada do Araripe dos municípios cearenses de Barbalha, Crato e Missão Velha, forte indicador, pois, da preexistência dos resquícios de floresta que formam o habitat necessário à sua preservação.

Estas características representam indicadores de conservação das fontes e da umidade das levadas, clamor da preocupação dos habitantes desse território reconhecido pela beleza das matas, no entanto sob constante ameaça predadora que pesa nos ombros da humanidade inteira em tempos pragmáticos gananciosos.

O eficiente exercício da função dessa pesquisa, no que diz respeito ao soldadinho do araripe, amplia visões a formadores de opinião e autoridades responsáveis, graças ao empenho e formação aplicados à espécie, hábitos, alimentação, rotinas, reprodução, índices, população, dentro dos métodos sistematizados aqui postos em prática desde 2005. Por conta disso, o Cariri ganha as páginas da cultura científica e recebe visitantes de outros rincões, testemunhas comprometidas perante a saúde ecológica da Terra, leitura comum de consciência universal.

Além das pesquisas que realizam com habitualidade diária, os titulares do projeto administram parcerias importantes e intercâmbio junto a agências nacionais e internacionais, divulgando resultados nas escolas e nos meios de comunicação, trabalho que executam sob os auspícios, dentre outros, da Acquasis – Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos.

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