quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Misérias da governabilidade


Isso também aconteceu no México dos tempos das conciliações após o caos reinante na Revolução, inícios do século XX. Eram tantas as tiras de comando entre clãs de mais diversos matizes, tropas e jagunços, bandoleiros dominando feudos, armas espalhadas por tudo quanto lugar fosse, tropeiros confederados, facções, gangues e partidos, que alternativa inexistiu além de chamar aquele mundaréu desencontrado à volta das mesas de negociação e formar um pacto sob a égide da famigerada governabilidade, cortejada de tantos e execrada de muitos.

Ali trouxeram cabras, fuzis, rifles e balas, desde Emiliano Zapata, Pancho Villa, Álvaro Obregón a Venustiano Carranza, Victoriano Huerta, Félix Diáz, chefes esses comparáveis, nos termos de Brasil e de práticas, a Jesuíno Brilhante, Sinhô Pereira, Floro Bartolomeu da Costa, Sabino Gomes, Virgulino Pereira da Silva, Corisco o Diabo Louro, dentre outros líderes das hostes nordestinos, isto mudando o que deva ser mudado, sem, no entanto, avaliar os desdobramentos posteriores por vezes de tristes memórias. Contudo, nas primeiras tratativas de organização ali estavam os principais nomes cujos donos antes agiam soltos durante a anarquia inicial daquela sociedade.

Isso falo a propósito de métodos políticos que visam conciliar interesses políticos variados e circunstanciais, com sentido de estruturar governos que conciliem populações, no decorrer da história humana. Ocorrências diversas há de se obter noutros processos históricos, quais Revolução Inglesa, ancestral das similares no Ocidente, Unificação Italiana, finais do feudalismo japonês, Revolução de 30, em nosso País, o que, de certa forma, lembra o Pacto dos Coronéis, no Cariri de 11 de outubro de 1911.
Certa feita, ao tempo quando assessorava D. Violeta Arraes, na Universidade Regional do Cariri, e ela retornava de Brasília, onde estivera com o então presidente Fernando Henrique Cardoso, me disse uma frase que ouvira do Primeiro Magistrado da nação:

- Violeta, não existe poder. E, sim, fatias de poder.

Restam, deste modo, algumas reflexões oportunas quanto a essa arte célebre  de engolir sapos, como definem a ciência da Administração, que preços pagar em relação ao modo de governar povos, neste mundo de meu Deus e dos homens?!

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